"Não há plano B em São Paulo"
O ministro do esporte, Orlando Silva, afirmou ontem que São Paulo não possuiu outro estádio além do Morumbi para receber jogos da Copa de 2014. Há polêmica com relação ao estádio devido às necessidades de reformulação. "Quem indicou o Morumbi não foi o ministro nem a Fifa. Foi a cidade e o governo local. Não há plano B em São Paulo", disse o ministro.
Na opinião dele, o que precisa ser feito nesse momento é cumprir os critérios da Fifa e criar condições de estrutura e operacionalidade, principalmente na questão de saneamento e transporte. O projeto de reformulação do estádio foi entregue à Fifa há nove dias. Segundo o ministro, está em processo de avaliação e o local já passa por reformas no anel inferior.
"Claro que São Paulo, por ser o local do maior estádio e ter pretensão de fazer a abertura da Copa, acaba atraindo mais polêmica, mas ainda é uma fase técnica", enfatizou Silva. "Espero que deixemos de fazer polêmicas públicas e passemos a trabalhar efetivamente, cumprindo os critérios que a Fifa estabeleceu."
Há risco de subsedes brasileiras entre as 12 selecionadas serem excluídas da Copa de 2014 por não cumprirem as responsabilidades assumidas dentro do prazo, disse ontem o ministro do Esporte, Orlando Silva. O governo federal estabeleceu 3 de maio como data limite para o início das obras de adequação. "Espero que nós apertemos o passo para que possamos entregar o país pronto para a Copa de 2014", afirmou o político durante o 9.º Fórum Empresarial em Comandatuba (BA), promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais.
O ministro afirmou que a Fifa pretendia realizar o torneio em oito cidades o que seria possível, na opinião de Silva. Porém o objetivo é que a competição aconteça em 12 subsedes para configurar "um projeto nacional". Horas mais tarde, diante da repercussão das declarações, o ministério divulgou nota oficial em que nega haver plano do governo para reduzir as sedes. E afirma não ter responsabilidade sobre o assunto.
Em tese, as reformas dos estádios são deveres dos governos locais. No caso da Arena da Baixada, palco escolhido para receber a Copa em Curitiba, a responsabilidade pelos custos será da prefeitura e do governo do estado, reforçou Silva. "O Atlético Paranaense avisou que não vai gastar nada que não está programado no seu orçamento para reformar a Arena", disse. "O clube tem suas razões, então o estado do Paraná e a cidade de Curitiba terão de encontrar mecanismos para viabilizar a elevação do padrão da Arena."
Na classificação do ministro, a Arena é um "belíssimo estádio", "talvez um dos melhores do Brasil", só que terá de aumentar de capacidade. Não haverá recursos federais para isso: "O governo federal não tem nada mais a fazer em caso de estádio, porque estádio é problema local", afirmou o ministro. Uma das poucas ajudas às arenas seria zerar as alíquotas da construção civil para as reformas.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, presente no Fórum Empresarial, criticou a falta de recursos para os estádios privados, como é o caso de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Segundo o prefeito, a cidade está negociando "há bastante tempo" isenção de tributos. "O problema é que o governo federal retira sua responsabilidade", reclamou.
Na contramão dos apelos políticos, a pressão da Fifa já começa a atormentar as candidaturas. A entidade não entende como o Brasil concorreu sozinho para sediar o Mundial, recebeu o direito de ser a sede em 2007 e, até agora, as obras ainda estão em sua fase inicial. Diante disso, já começa a ficar preocupada com o sucesso da Copa do Mundo de 2014.
Orlando Silva também explicou a isenção de impostos oferecida à Fifa. "O Ministério da Fazenda fez o cálculo que a renúncia fiscal deve chegar a R$ 500 milhões, o que é um investimento do governo brasileiro", revelou o ministro. "Por outro lado, temos a projeção de arrecadação de R$ 16 bilhões em impostos com o evento. É um investimento que vale a pena."
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A jornalista viajou a convite da organização do evento.
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