O ministro do Esporte, Orlando Silva, alertou nesta segunda-feira que a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 vai significar "um xeque-mate" na burocracia do Brasil no que se refere à aprovação e execução de obras. O setor de aeroportos, em especial, poderá viver "um colapso", segundo o ministro, caso as obras de modernização sejam atrasadas.

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"No ritmo que vai, corremos o risco de não entregar o que precisa ser entregue para a Copa e a Olimpíada", afirmou Orlando Silva, nesta segunda-feira, após participar do 8º Congresso Brasileiro da Construção (Construbusiness), na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

"A estrutura burocrática brasileira é muito lenta. Como os eventos têm data marcada para começar, serão necessárias medidas que agilizem o processo de seleção pública, de contratação, de execução das obras. Temos que ter licenças ambientais mais rápidas, processos de licitação mais expedidos", afirmou Orlando Silva.

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Dentre os setores que precisam ser melhorados nos próximos anos, o de aeroportos é o que mais preocupa o ministro do Esporte. "A Infraero tem um prazo muito curto, que deve ser cumprido sem protelações, sob pena de vivermos um colapso em 2014. É um tema que me preocupa", adiantou Orlando Silva. Segundo ele, mesmo com os investimentos já previstos, os aeroportos de Cumbica, Congonhas e Viracopos, todos em São Paulo, vão trabalhar no limite durante da Copa do Mundo.

O ministro do Esporte negou que a discussão sobre o sistema de administração dos aeroportos brasileiros - privada ou pública -, possa atrasar as obras desse segmento. "Sobre esse tema não há decisão (do governo), mas isso não impede que os investimentos sejam feitos. O que precisamos fazer é apertar o passo", avisou. Segundo Orlando Silva, dos R$ 6 bilhões destinados à modernização dos terminais aeroportuários, R$ 2,5 bilhões já foram liberados.

Quanto a outro gargalo, o de transporte público, Orlando Silva revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará em dezembro investimentos em 64 projetos para melhorar a circulação por transporte coletivo nas 12 cidades que sediarão a Copa no Brasil.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, também participou do evento na Fiesp e criticou a burocracia no setor de construção civil. "É impossível ter um País que gera emprego e renda e está sujeito não a leis, mas a resoluções, circulares, interpretações de segundo, terceiro e quarto escalões. Temos que mudar isso radicalmente. Estamos trabalhando para isso", afirmou.

Quando questionado, contudo, Miguel Jorge não revelou o que estaria sendo feito pelo governo nessa questão. "Temos 30, 40 anos de uma burocracia que se instalou para dificultar a vida do cidadão brasileiro. É difícil quebrar isso de uma hora para outra", disse o ministro.

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