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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Após quase 20 dias de reclusão em sua pousada em Morretes, litoral do estado, José Carlos de Miranda reapareceu ontem na sede social do Paraná. A poucas semanas do fim de seu segundo mandato como presidente tricolor – a eleição será dia 7 de novembro –, o dirigente usou a segunda-feira para se defender das acusações de que teria se beneficiado de negociações envolvendo jogadores do clube.

Pela manhã, recebeu um grupo de empresários na ampla sala da presidência, localizada no segundo andar do prédio da Avenida Presidente Kennedy, na Vila Guaíra, em Curitiba. O dirigente não quis revelar o teor da conversa. À tarde – e durante boa parte da noite – o encontro foi com o Conselho Normativo paranista (órgão formado por 31 ex-presidentes dos conselhos Administrativo, Deliberativo e Fiscal) e demais conselheiros.

Miranda aproveitou a reunião para explicar a nebulosa transferência de Thiago Neves, atual camisa 10 do Fluminense, para o Vegalta Sendai, do Japão, no começo de 2006.

Na ocasião, o Tricolor dividia os direitos sobre o meia com a L.A. Sports. O dirigente reafirmou a seus pares que o Paraná lucrou em torno de R$ 750 mil com a venda do atleta – US$ 200 mil por 30% dos direitos econômicos do armador no ato da transferência e, neste ano, o perdão da dívida de R$ 231 mil que o Paraná tinha com a L.A e a Systema, gerenciada pelo empresário carioca Léo Rabelo, referente à negociação do atacante Leonardo com o Flamengo.

O fato de Thiago Neves ter contrato com a equipe da Vila até janeiro de 2009, mas pertencer a dois grupos empresariais (68% Systema e 32% L.A.), fez a triangulação chamar a atenção da cúpula paranista. Há quem diga que Miranda facilitou a negociação porque seria sócio oculto de Léo Rabelo, dividindo o "passe" do jogador com o empresário. O cartola classificou o boato como fantasioso.

"Se eu fosse dono do Thiago Neves, estaria rico", afirmou ele, rindo, já à noite, em frente à loja que vende produtos oficiais na sede social do clube.

O cartola, porém, não soube dizer se realmente existe uma fita de áudio que comprovaria a sua participação na venda de atletas. A suposta prova o teria obrigado a abrir mão do controle do futebol em benefício de Aurival Corrêa, atual vice de finanças e por enquanto único candidato a presidir o clube a partir de novembro.

"Pode existir (a fita). Mas se existir, foi armada. Precisará passar por perícia. Posso garantir que não me apoderei de nenhum tostão do Paraná. Todos os negócios que fiz foram sempre pensando no bem do clube", comentou ele, antes de ser interrompido por uma ligação de um empresário interessado na contratação do atacante Josiel, artilheiro do Brasileiro com 18 gols. "Agora futebol não é mais comigo", respondeu.

Liderado pelo ex-presidente Ocimar Bolicenho, o Conselho Normativo se reúne hoje, às 17 horas, na sede social tricolor, para tomar ciência dos fatos e ajudar a tornar clara a venda de Thiago Neves.

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