Os mundos diferentes dos estádios e arenas pelo Brasil se tornam iguais quando o assunto é o bolso do torcedor. Em estádios modernos, recauchutados ou precários, é elevado o preço do ingresso para assistir a uma partida da Série A.
Valores altos diretamente ligados ao novo cenário. Em 2014, o preço médio dos bilhetes na primeira rodada do Brasileiro foi de R$ 28,42 (considerando as meias-entradas). A média subiu para R$ 41,20 na largada do Nacional deste ano.
O mínimo exigido pela CBF é R$ 40 para o ingresso inteiro, mas os clubes praticam valores bem mais elevados. Na Arena da Baixada, o modelo padrão Fifa de praça esportiva em Curitiba, o torcedor comum paga R$ 150 (tem meia-entrada) na bilheteria.
No reformulado Couto Pereira, o Coritiba emprega um sistema novo para quem não é sócio, dependendo da competição e do adversário. Os valores variam de R$ 50 a R$ 100 (com meia-entrada) na arquibancada, setor mais popular do estádio do Alviverde.
E mesmo na Série B – que ainda mantém um cenário à moda antiga em se tratando de estádios – o torcedor do Paraná que não é associado não tem a vida facilitada. O setor mais popular da Vila Capanema custa R$ 50 (com meia-entrada).
Para efeito de comparação, os ingressos mais caros de cinema em Curitiba, para salas VIP, com poltrona reclinável e atendimento de garçons, custam cerca de R$ 40 (há meia-entrada). Para salas com tela gigante (IMAX), o valor é R$ 36.
A majoração geral tem duas justificativas principais por parte dos clubes. A primeira está relacionada às acomodações dos estádios, de manutenção elevada. O custo para abrir a Baixada, por exemplo, é de cerca de R$ 113 mil por partida.
A outra desculpa dos clubes é obrigar os torcedores a aderirem aos planos de associação, normalmente pagos por mês. O Coritiba, por exemplo, cobra R$ 70 mensais na modalidade Coxa Classic, que permite acesso à arquibancada em todos os jogos do clube.
“Há uma elitização correndo no Brasil. Os clubes não podem se deixar levar pela necessidade de faturar. É preciso praticar preços populares em determinados setores, ou algumas arenas vão ficar vazias”, afirma João Henrique Areias, consultor de marketing esportivo.
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