Aos 74 anos, Telê Santana, que foi considerado um dos melhores treinadores do Brasil e do mundo, morreu nesta sexta-feira, dia 21/4, no Hospital Felício Roxo, em Belo Horizonte. Ele foi vítima de infecção abdominal.

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Profissional vencedor e exigente, ele havia abandonado o futebol em 96 após sofrer isquemia cerebral. Em 2003, com problema de diabetes, Telê precisou amputar parte da perna esquerda e gradativamente foi perdendo a lucidez, ficando cada vez mais com a saúde debilitada.

Telê Santana da Silva nasceu no dia 26 de julho de 1931, na cidade de Itabirito, em Minas Gerais, e se profissionalizou no futebol defendendo o Fluminense, em 51, onde atuou até 62. Atacante veloz e inteligente, ele foi apelidado de "Fio de Esperança". Fio pelos seus 57 quilos e esperança pela vontade de vencer, sempre.

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Em 1969, Telê Santana iniciou a sua trajetória vitoriosa como treinador também no Fluminense, ganhando a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca. Em 1971, foi o primeiro campeão brasileiro trabalhando no Atlético-MG. Depois, voltou a ser campeão regional em 77, no Grêmio.

O convite para comandar a seleção brasileira surgiu em 1980, quando valorizou o futebol-arte montando um time com craques como Zico, Sócrates e Falcão. O Brasil foi eliminado pela Itália com uma derrota por 3 a 2, nas quartas-de-final, na Copa do Mundo de 82, mas aquele time é lembrado até hoje como um dos melhores de todos os tempos. Após uma passagem vencedora pelo Al Ahli, da Arábia Saudita, o treinador, por clamor popular, voltou a trabalhar na seleção na Copa do Mundo de 86 e novamente a equipe foi eliminada nas quartas-de-final, agora nos pênaltis, para a França. Por esse segundo fracasso em Mundiais, ele foi rotulado como "pé-frio".

O azar na seleção brasileira não abalou seu trabalho em clubes. Telê foi campeão mineiro em 88 no Atlético. Na década de 90, no São Paulo, ganhou o Campeonato Brasileiro de 91, dois Campeonatos Paulistas (91 e 92), duas Libertadores (92 e 93), dois Mundiais de Clubes (92 e 93), duas Recopas Sul-Americanas (93 e 94) a Supercopa (93), entre inúmeros torneios internacionais. Por isso, até hoje é lembrado com carinho pela torcida tricolor, que o chama de Mestre.