Fábio Koff, ex-presidente do Grêmio e do Clube dos 13, morreu na madrugada desta quinta-feira (10), em Porto Alegre. Ele teve infecção generalizada após cirurgia no fígado, segundo informações dadas por familiares do ex-dirigente.
Prestes a completar 87 anos, Koff chegou a ficar em coma por quase dois meses em 2015. Os cuidados médicos faziam parte do dia a dia do ex-dirigente.
O antigo presidente do Grêmio estava internado desde o dia 3 de maio, quando deu entrada por um mal-estar, segundo Boletim Médico divulgado pelo hospital Moinhos de Vento.
Foi constatada anemia severa e infecção hepática. Ele foi transferido ao Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e acabou não apresentando melhora, vindo a morrer às 7h20 desta quinta.
“Presidente do Grêmio por três gestões, Fábio Koff foi responsável por algumas das maiores alegrias da nação tricolor. Conquistou títulos importantes, merecendo o respeito e a admiração de outras torcidas. Como um dos dirigentes mais bem-sucedidos do Brasil, também teve papel de destaque em associações representativas do futebol. Em seu legado, Koff deixa uma história de dedicação e paixão pelo esporte e por seu clube do coração”, publicou o hospital em seu site oficial.
Koff era o presidente do clube na conquista do Mundial Interclubes de 1983. Também sob sua gestão, o time ainda conquistou dois títulos da Libertadores (1983 e 1995) e venceu ainda o Campeonato Brasileiro de 1996 e a Copa do Brasil de 1994. A última vez em que presidiu o clube foi em 2014
Considerado um símbolo no Grêmio e principal presidente da história do clube, a volta ao comando em 2013/2014 foi marcada pela renegociação do contrato da Arena do Grêmio. Não houve títulos na passagem recente pelo comando, mas atos que, sob a ótica do clube foram tão importantes quanto isso.
Após uma dura negociação com a OAS, Koff conseguiu reverter pagamentos previstos em contrato e até chegou a alinhar a compra da gestão do estádio, que não se concretizou devido aos problemas da empresa envolvida na Operação Lava-Jato da Polícia Federal.
Já sem as melhores condições de saúde, optou por não concorrer na eleição de outubro 2014 e indicou Romildo Bolzan Júnior para sua sucessão.
Koff foi responsável, também, pela contratação e recondução de Luiz Felipe Scolari ao comando do clube. E contratou outros que se tornaram ídolos da torcida, como Paulo Nunes, Jardel, Dinho, Arce, Rivarola, Adílson, entre outros.
Sempre respeitoso com rivais, Koff também tinha relação próxima com o Internacional. Era amigo pessoal do ex-presidente Fernando Carvalho e carregava admiração do dirigente vermelho.
“O Clube dos 13 faz falta hoje, ele foi um presidente atuante, importante, coordenava este processo, era uma liderança nacional. Atendia o interesse dos clubes, nunca se importou com nossa rivalidade, sempre foi justo e nos aproximamos muito por isso. Tratava todos da mesma maneira independente da nossa rivalidade. Uma pessoa maravilhosa. E também tendo esta postura, foi um magistrado e preservou isso embora todo amor que tinha pelo Grêmio”, disse à Rádio Grenal.
“Nós convivíamos muito. Acabamos viajando juntos para unir receitas para o clube dos 13. As relações se estabelecem, se firmam, e depois dessas viagens por vários países, nossa amizade foi ficando mais forte”, completou Carvalho.
No próximo sábado, o Grêmio usará uma tarja preta no uniforme durante o clássico Gre-Nal em homenagem póstuma a seu ex-presidente.
No Clube dos 13, a sua gestão ficou marcada pela renegociação dos times com os contratos de direitos de transmissão com a televisão.
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