Famoso por dois lances históricos em que Pelé não marcou gols, o ex-goleiro uruguaio Ladislao Mazurkiewicz morreu na madrugada de ontem, aos 67 anos, em Montevidéu, no Uruguai.
O ex-atleta estava internado desde 24 de dezembro com problemas respiratórios, aos quais se somaram complicações renais. Atuava como treinador de goleiros no Peñarol, clube pelo qual se destacou na década de 1960 e onde encerrou a carreira em 1981.
No time uruguaio, Mazurkiewicz conquistou quatro títulos nacionais, a Libertadores e o Mundial de 1966. No ano anterior, esteve no time que eliminou o Santos de Pelé nas semifinais do principal torneio sul-americano.
Em seu site, o Peñarol declarou que o ex-goleiro "foi uma das maiores glórias da história" do clube e que, apesar de ter recebido o apelido de "chiquito" por medir 1,79 m , ele foi um "gigante entre os gigantes".
O bom desempenho o levou à seleção uruguaia, pela qual jogou as Copas do Mundo de 1966, 1970 (quando foi eleito o melhor do Mundial) e 1974. Conquistou ainda a Copa América de 1967.
No Mundial de 1970, no México, o jogador era titular na equipe que enfrentou o Brasil, nas semifinais. Em um dos famosos lances do jogo, tomou um drible da vaca de Pelé sem toque na bola na entrada da área, mas o Rei acabou finalizando para fora.
"Depois de ver muitas vezes essa jogada, eu me convenço cada vez mais de que, se não tivesse saído [da área], Pelé seguramente teria entrado com bola e tudo no gol", disse em 2004, em entrevista ao site do Peñarol.
O lance foi inclusive recriado por computação gráfica, décadas depois, simulando um gol que jamais ocorreu em uma propaganda para a Volkswagen.
"Logicamente, o único capaz de fazer algo assim era Pelé, nenhum outro", disse.
No mesmo jogo, ele cobrou mal um tiro de meta, e o camisa 10 brasileiro emendou de primeira. Mas o goleiro uruguaio se recuperou encaixando a bola.
Apesar dos esforços do goleiro, o Brasil venceu a partida por 3 a 1. Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino marcaram os gols da vitória dos futuros campeões do mundo.
No Brasil, ele defendeu o Atlético-MG entre 1972 e 1974, após ser comprado do Peñarol. Em nota, o clube alvinegro lamentou a morte "de um dos grandes ídolos de sua história".
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