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João Henrique voltava do Couto para a Arena quando foi atropelado na esquina da Westphalen com a Engenheiros Rebouças. | Reprodução/ Orkut
João Henrique voltava do Couto para a Arena quando foi atropelado na esquina da Westphalen com a Engenheiros Rebouças.| Foto: Reprodução/ Orkut

Uma morte. Este saldo faz do Atletiba do último domingo o mais violento da década. O estudante de Direito e torcedor do Atlético João Henrique Mendes Xavier Vianna, 21 anos, morreu no final da tarde desta segunda-feira, em decorrência de um atropelamento por um torcedor do Coritiba quando voltava para casa depois do jogo.

"A morte do João tem de servir de exemplo para que isso acabe", pediu a tia do rapaz, Cristina Mendes, ao confirmar à reportagem da Gazeta do Povo a morte cerebral do sobrinho. "Ele só está respirando por causa dos aparelhos. O médico autorizou a doação de órgãos", contou. Minutos depois, os aparelhos foram desligados.

Vianna foi um dos dois atleticanos atropelados no domingo, na esquina das ruas Desembargador Westphalen e Engenheiros Rebouças, próxima à Arena, por volta das 18h50. Familiares contam que ele e dois amigos voltavam do Atletiba a pé, quando um Celta preto acelerou, mudou de pista e acertou Vianna e o estudante André da Silva Zerbinati, 22 anos.

O incidente foi definido pelo Major Arildo Luís Dias, responsável da Polícia Militar pela estratégia de segurança no dia do clássico, como "uma situação atípica". "Não se pode garantir que o atropelamento foi proposital. Nem que tenha relação com o clássico. Quero crer que se trata de mais um acidente de trânsito", afirmou à reportagem.

Enquanto Zerbinati teve apenas ferimentos leves, Vianna foi internado na UTI do Hospital do Trabalhador, onde entrou em coma. Ao volante, o estudante de Administração Krystopher Martins Salvador Lopes, 20 anos, torcedor do Coritiba, que voltava do Atletiba com com cinco amigos.

"Ele (Lopes) conta que deparou-se com um grupo de atleticanos e que começaram a provocar. Quando o sinal abriu, acelerou e atropelou os rapazes. Foi detido cerca de um quilômetro depois (na esquina das ruas Chile e Nunes Machado), por um policial militar que viu o acidente e seguiu, de caminhonete, o automóvel", diz delegado do Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), Armando Braga Morais Neto.

O condutor demonstrou sinais de embriaguez, mas recusou-se a fazer os testes de bafômetro e de teor alcoólico. Está preso no Dedetran, sem direito à fiança. "O Krystopher não fez os testes por entender que era desnecessário. Ele tomou um copo de cerveja antes de ir para o estádio, às 13h40. Lá, só tomou refrigerante", diz o advogado do motorista, Benedito de Paula.

Os tumultos envolvendo torcedores de Atlético e Coritiba haviam começado no início da tarde do domingo, em diversos bairros de Curitiba. Resultaram em 28 ônibus quebrados, R$ 6,3 mil em prejuízos ao patrimônio público. Tamanha violência pode fazer com que os próximos clássicos sejam assistidos apenas pela torcida do mandante já a partir do ano que vem.

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