Imagine um centroavante que chuta apenas uma bola ao gol em todo o jogo. Em oito apresentações, acerta no máximo dois dribles. Para piorar, custou R$ 7 milhões. É a síntese do uruguaio Santiago García no Atlético.
Conforme levantamento do Datafolha, enquanto esteve em campo neste Brasileiro, El Morro arrematou um total de dez bolas ao gol uma média de 1,3 por partida. Dessas, cinco acertaram a meta adversária, com dois gols marcados.
Números muito abaixo do próprio Atlético. O time da Baixada faz, em número ponderado, 12,7 finalizações por rodada.
Muito criticado, o atacante de 20 anos tende a ficar de fora do confronto de amanhã, contra o Cruzeiro, às 19h30, na Arena. Com isso, Edigar Junio surge como o provável camisa 9 do Furacão.
Se as comparações forem feitas com outros centroavantes, a fase ruim da maior contratação da história do futebol paranaense também é evidente.
O camisa 9 do rival Coritiba, Bill, por exemplo, finaliza 2,8 vezes por confronto, mais que o dobro do uruguaio. O próprio Edigar Junio tem uma média parecida (1,2), e a diferença é que ele atuou 137 minutos neste Nacional, contra 548 do uruguaio.
"É muito provável que ele fique de fora contra o Cruzeiro", admitiu o gerente de futebol, Paulo Rink. No entanto, o motivo não é técnico. O uruguaio estaria sentindo dores no pé, o que o fez passar o dia de ontem fazendo exames médicos, que serão complementados com uma ressonância magnética hoje para que seja formulado o parecer médico.
Diante dos números ruins do atacante desde que chegou ao Atlético, Rink assume que o desempenho não está dentro do esperado, mas espera a confirmação do estado médico para fazer qualquer cobrança.
"Não é o ideal [um centroavante chutar cerca de uma bola ao gol por jogo]. Mas se ele estiver com uma lesão, temos de averiguar clinicamente para depois cobrar o lado técnico", falou o gerente. "Às vezes, por ser um atleta novo, está escondendo uma dor com a ideia de querer jogar. É complicado", completou.
De acordo com o jornalista Daniel Rosa, do jornal uruguaio El País, o camisa 20 necessitou de seis meses para se adaptar quando entrou no time profissional do Nacional, em 2007. Um tempo que o Furacão não tem na luta contra o rebaixamento. "Mas quando ele encaixou no time, começou a fazer gols e não parou mais", garantiu Rosa, dando uma esperança à torcida atleticana.
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