Onaireves Moura está fora da Federação Paranaense de Futebol ao menos pelos próximos 90 dias. Denunciado ontem pelo procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, e correndo o risco de ser suspenso por até oito anos, o dirigente decidiu se afastar da entidade.
Envolvido na candidatura do Paraná à Copa do Mundo de 2014, Moura orientou a diretoria da entidade a realizar auditorias para rebater as denúncias. Ele não descarta abandonar completamente as atividades relacionadas ao futebol caso a assembléia interna da FPF assim decida.
O desligamento com prazo determinado, no entanto, foi traumático. Dizendo-se cansado de estar sempre na linha de tiro de seus adversários, Moura afirmou que o único motivo de ficar por tanto tempo à frente da FPF foi o sonho de terminar o Pinheirão e logo depois partiu para o ataque. Os alvos foram o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, e Paulo Schmitt. Nas acusações mais pesadas, os dois foram chamados de "corruptos".
Para Petraglia, Moura reservou um pedido de investigação feito à Promotoria de Defesa do Consumidor do Paraná (Procon). No documento, pede para que seja averiguada uma suposta diferença nas contas do clube em 2006, de pouco mais de R$ 20 milhões entre o que teria sido arrecadado e declarado oficialmente; superfaturamento na compra das cadeiras da Arena da empresa All Solution, que teria como sócios o filho e a mulher do dirigente rubro-negro; e sonegação fiscal de ingressos vendidos aos sócios desde 2003. Os bilhetes seriam vendidos a R$ 20, mas lançados no borderô no valor de R$ 5. De acordo com o documento, a prática teria sido abolida no jogo contra o Fluminense, após autuação do clube pelo INSS.
Petraglia, procurado pela reportagem, se negou a comentar o assunto, não quis receber a documentação e avisou que irá tomar medidas judiciais se as acusações ofenderem sua honra.
Schmitt foi acusado de utilizar cargo público para benefício pessoal. O procurador que denunciou ontem Moura no STJD por fraude em borderôs e por prejudicar clubes afiliados foi exonerado da Paraná Esportes pelo governador Roberto Requião há cerca de um mês. De acordo com o presidente da FPF, Schmitt teria utilizado seu cargo na autarquia (assessor jurídico) para pressionar prefeituras a comprar um programa de banco de dados da empresa de softwares Práxis Consultoria e Informação Desportiva, da qual o advogado seria proprietário.
"Eu fui exonerado da Paraná Esporte, isso é verdade. Nunca me declinaram os motivos. Mas não sofri nenhum processo", diz Schmitt. "Estou fazendo no STJD o que tem de ser feito. Foram duas representações e uma queixa. É um ato de desespero (de Moura), um cara-de-pau. Ele vai atirar em todo mundo. Vai acabar tomando mais um processo", completa.
Moura afirma ter provas do que diz. "Foram 20 anos levando porrada e fiquei quieto. Chega uma hora que não dá mais. Tenho conversas gravadas, documentos..."
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