Adriano na saída do MP carioca| Foto: Bruno Domingos/ Reuters

O Ministério Público pediu on­­tem à Justiça a quebra do sigilo telefônico e bancário do jogador Adriano – a Polícia Civil também havia feito o mesmo pedido na terça-feira. Ele é investigado por envolvimento com o traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, líder do Comando Ver­­­­me­­lho e apontado como au­­tor da ordem de ataque ao helicóptero da Polícia Militar derrubado em outubro de 2009 no Rio.

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Uma escuta telefônica legal realizada pela polícia em dezembro passado indica que Adriano sacou R$ 60 mil de sua conta e entregou o dinheiro ao traficante. Segundo o promotor Alexan­­dre Themístocles, que ouviu o depoimento do atleta ontem, Adriano disse conhecer FB, mas negou ter lhe dado dinheiro.

"Adriano afirmou que traficantes, inclusive o próprio FB, já lhe pediram dinheiro, mas que ele nunca atendeu", contou o pro­­motor. "Ele disse que há mais de sete anos, antes do Natal, distribui brinquedos e cestas básicas na favela, mas nunca entregou dinheiro aos traficantes", disse Themístocles.

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O promotor não informou em quais meses pretende saber a mo­­vimentação bancária e telefônica de Adriano. Ele foi evasivo ao falar da hipótese de denunciar o jogador por envolvimento com o tráfico, apesar de alegar ter "fortes indícios" contra o jo­­ga­­dor.

Essa investigação está a cargo da 38.ª DP (Brás de Pina), que ha­­via convidado Adriano a prestar esclarecimentos na última se­­gunda-feira. Ele não compareceu.

Segundo a polícia, ele receberá novo convite para depor e, ca­­so falte novamente, pode ser con­­­­duzido coercivamente. Mas ele não será impedido de viajar. No próximo domingo, terá de ir para a Itália, onde defenderá a Roma.

O advogado de Adriano, Ary Bergher, disse que não há "o me­­nor problema" em depor à polícia. Dois seguranças também acom­­panharam Adriano no Mi­­nistério Público. O depoimento durou quase duas horas.

Segundo o promotor, Adriano confirmou ter sido fotografado fazendo com as mãos as iniciais CV, de Comando Vermelho, mas disse que "era brincadeira" e que conhece um dos líderes do grupo desde criança.

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