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Punição do STJD a Onaireves Moura foi severa e pode piorar ainda mais | Pedro Serápio / Gazeta do Povo
Punição do STJD a Onaireves Moura foi severa e pode piorar ainda mais| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo

O Pinheirão, símbolo da gestão Onaireves Moura à frente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), está interditado. Por determinação da Justiça, todos os 85 portões da praça esportiva foram lacrados ontem à tarde.

A decisão de fechar completamente o local – tomada pelo juiz Humberto Gonçalves Brito, da 18.ª Vara Cível de Curitiba, através de uma iniciativa do Ministério Público Estadual – levou em consideração a possível falta de segurança na edificação.

Por meio de ação civil pública (332/2002), o MP vem cobrando há cinco anos da entidade esportiva a apresentação dos laudos de vistoria emitidos pelo Corpo de Bombeiros. Jamais tais documentos, que assegurariam a presença de público na área, foram exibidos.

"Salvo engano, temos todos os papéis em mãos. Olharei os autos e trarei mais informações...", diz o advogado da FPF, Fernando Zenato Negrele. "Nosso pedido é muito simples. Há então um claro desleixo da federação", cobra o promotor João Henrique Vilela da Silveira, representante do MP na demanda.

O episódio tornou-se ainda pior devido ao constrangimento sofrido por inquilinos e empregados do estádio. Sem receber qualquer aviso prévio, foram surpreendidos por dois oficiais de Justiça e alguns policiais militares. Rapidamente, viram-se obrigados a evacuar o local.

Quem primeiro perdeu o teto foi o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR). O órgão, alojado em uma pequena sala ao lado do salão nobre do complexo, também teve as portas seladas. Duas funcionárias deixaram a sede sem saber como seria realizada a pauta de julgamentos de hoje, adiada para data a ser definida.

Felipe Ferreira, proprietário da academia de ginástica localizada em um dos cômodos do imóvel, não escondeu o desespero. "Arrendei esse espaço por cinco anos. Paguei R$ 45 mil por isso. E tem o aluguel de R$ 1,5 mil mensais. Sem contar os meus 170 alunos", contabilizou. Em seguida, o empresário providenciou um caminhão para tirar às pressas os equipamentos de musculação.

Essa espécie de "despejo" também assolou a Associação dos Árbitros e a Federação Paranaense de Atletismo, pois ambas usufruem das lojas que contornam o estádio. No caso da última, decidiu-se pela retirada de pertences "para não prejudicar as competições em andamento".

Os funcionários do Pinheirão também ficaram visivelmente sem rumo. O administrador Alvino Costa, que há sete anos cuida do estádio, ajudou a esvaziá-lo e ainda correu atrás de uma solução para dois cães de guarda que zelam pelo bem.

Por muito pouco João Eduardo Paroli, que promove venda de carros no estacionamento, não perdeu suas caixas de som. Depois de guardá-las em uma salinha, viu a movimentação dos oficiais, certificou-se do problema e então as retirou no braço.

O Paraná, réu na ação ao lado da FPF (pois era quem utilizava o campo), teve a mesma sorte. O time já estava a caminho do Tarumã, onde iria treinar à tarde, quando soube da interdição. Por poucos minutos, escapou do vexame de ficar do lado de fora.

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