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Curitiba, capital bem cotada no projeto brasileiro à Copa de 2014, precisa arregaçar as mangas para se consolidar entre as 12 sedes do país no evento esportivo. Não bastasse a pendência do estádio (ainda não definido), a infra-estrutura da cidade não chega a ser um trunfo – pois não foge do padrão nacional.

Daqui a dois meses, a CBF lança oficialmente a candidatura para abrigar o torneio. Em maio de 2008, os cartolas da Fifa batem o martelo e anunciam quem acolherá a disputa. De acordo com o rodízio estabelecido pela entidade, uma nação sul-americana será necessariamente presenteada.

Mesmo com um palco-modelo (tido como o de maior potencial para modernização), o município enfrenta questionamentos justamente nesse quesito. A administração do Atlético corre contra o tempo para garantir mais 20 mil lugares na Arena, além de adequá-la às normas internacionais. Apesar de estar previamente avalizada – na opinião do ministro dos Esportes Orlando Silva –, a investida está sujeita a críticas.

"Vejo algo embaraçoso: caso a União banque a construção das arenas, como já se ventilou, o Atlético tem tudo para ser beneficiado com dinheiro público, algo que causaria um certo mal-estar. Seria melhor uma nova obra, neutra", levanta o especialista Oliver Kawase Seitz, primeiro brasileiro a ministrar aula no curso de Football Industry (Indústria do Futebol), na Inglaterra.

Outro ponto para atormentar as autoridades do estado seria a violência urbana. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, ocorreram no ano passado 39,19 homicídios (numa taxa de 100 mil habitantes). Estaria assim entre as dez capitais mais perigosas.

"É temerário ter uma Copa no Brasil. Essa situação de insegurança não se resolve a curto prazo, pois não se trata de algo exclusivo – é um quadro geral. São questões estruturais. Mas certamente haverá uma estratégia pontual, como ocorre no carnaval carioca. Nos dias de festa, reforça-se o policiamento em determinadas áreas, protegendo sobretudo os turistas", diz a professora Heloísa Reis, da Unicamp, pós-doutora em Direito e Sociologia do Esporte.

Em relação ao transporte, outra questão vital para o andamento do torneio de futebol, o anseio curitibano também se depara com a realidade brasileira nada favorável. Mesmo sendo cortada por várias rodovias federais (BR-116, BR-376, BR-277 e BR-476), Curitiba tem como pontos crítico do sistema viário a primeira delas – com acesso a São Paulo.

"Nosso sistema de trânsito está saturado. Imagine em 2014? Veja o caso das sinalizações: não há padrão. Tem semáforo do lado direito da rua, à esquerda e no centro... Há ainda placas não-regulamentadas. Assim mesmo eu diria que a situação é melhor que a média", explica Chu Chia Gean, engenheiro e professor da disciplina de Tráfego e Urbanismo do curso de Gestão de Trânsito e Transporte (PUCPR).

Entre os pontos altos da logística curitibana, destaca-se a rede hoteleira. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PR) calcula existir atualmente 18.500 leitos disponíveis para os visitantes, considerando as hospedagens existentes na região metropolitana.

"Nossa área está mais que apta. Podemos, sem dúvida, receber com qualidade entre 10 e 12 mil torcedores de fora. Nossas opções de hospedagem estão entre as melhores do país", afirma Cláudio Antunes, presidente da ABIH-PR. "Temos três, quatro opções cinco estrelas; umas 20 com quatro; e 40 ou 50 com três", destaca.

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