Segundo boletim médico divulgado na tarde deste sábado (24) pelo Hospital Barra D'or, do Rio, a paciente Adriene Cyrilo Pinto "passa bem" após ter sido atingida por um tiro acidental dentro do carro do atacante Adriano. A mulher de 20 anos sofreu fratura exposta na mão esquerda, já passou por um "princípio de procedimento cirúrgico para exploração da ferida" e ainda fará uma "cirurgia de reconstrução" da área afetada pela bala.
O tiro acidental aconteceu dentro do carro de Adriano, na madrugada deste sábado, quando o jogador do Corinthians e o seu segurança estavam dentro do veículo junto com quatro mulheres e deixavam a boate Barra Music, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Adriene foi a única que ficou ferida, sendo encaminhada imediatamente para o hospital.
O caso está sendo investigado na 16.ª Delegacia de Polícia, no mesmo bairro da Barra da Tijuca. O dono da arma é o segurança de Adriano, Julio Cesar Barros de Oliveira, que também é tenente da reserva da PM. Mas a polícia ainda tenta descobrir quem teria sido o autor do disparo acidental: a própria vítima ou o jogador do Corinthians.
Quando foi levada ao hospital, Adriane e a amiga Viviane Faria de Fraga, de 23 anos, contaram ao sargento da PM, Amilton Dias, que Adriano foi o autor do tiro. Segundo o relato das duas, o jogador estava no banco do carona, teria pegado uma pistola calibre 40 no porta-luvas, retirado o pente e começado a brincar com a arma, exibindo-a para elas. Em seguida, teria ocorrido o disparo acidental.
"Ele foi imprudente, apontou a arma para os passageiros", comentou o sargento, após ter ouvido Adriene e Viviane. Mais tarde, no entanto, em depoimento na 16.ª Delegacia de Polícia, as outras duas mulheres que estavam no carro, Andreia Ximenez e Daniele Pena, ambas de 28 anos, afirmaram que o tiro teria sido dado pela própria vítima.
Já Viviane contou outra versão ao delegado de plantão Carlos Cesar Santos. Ao contrário do que havia dito inicialmente ao sargento da PM, ela afirmou em depoimento que Adriano manuseou a pistola, mas que não sabia precisar com quem estava a arma na hora do disparo.
Em seu depoimento, o segurança de Adriano afirmou que colocou a arma debaixo do assento do motorista quando chegou à boate e que ao sair com o grupo, a pistola teria escorregado para trás. Ele disse que, logo depois disso, houve o disparo.
"Pelos depoimentos até agora, me parece que o disparo foi feito pela própria vítima. A única contradição é se ele [Adriano] manuseou a arma ou não antes do disparo", afirmou o delegado Carlos Cesar Santos, que ainda espera ouvir o depoimento do jogador.
Se confirmada a acusação feita pela vítima, Adriano poderá responder pelo crime de lesão corporal culposa, com pena de 6 meses a 2 anos de prisão. Ele não foi localizado pela reportagem para comentar o caso e nem revelou quando irá prestar depoimento na delegacia.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura