A meta é ousada, colocar o Brasil entre os dez primeiros países do quadro de medalhas. Esse objetivo desafiador, traçado em 2009 pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), para os Jogos do Rio, em 2016, tem sido visto com certo otimismo pela entidade. Animação que tem como base os resultados dos últimos Mundiais e as conquistas recentes em modalidades de pouco sucesso.
INFOGRÁFICO: Confira a divisão e os últimos resultados das principais modalidades brasileiras
"O esporte olímpico brasileiro vive seu momento mais importante. 2013 foi muito bom, conquistamos 27 medalhas em mundiais ou competições equivalentes, e em 2014 modalidades inéditas alcançaram grandes resultados. Isso não traz garantia de medalhas para 2016, mas os resultados mostram que estamos no caminho certo", analisa Marcus Vinícius Freire, diretor-executivo de esportes do COB.
Como parâmetro, na Olimpíada de 2012, em Londres, a 10.ª colocação foi ocupada pela Itália, com 28 medalhas. O Brasil, mesmo com desempenho recorde, somou 17 medalhas, terminando com o 15.º posto. Subir tanto, em tão pouco tempo, para brilhar nas arenas de casa exige um trabalho incessante. E muito investimento: o orçamento para os quatro anos deste ciclo olímpico, iniciado em 2012, é de cerca de R$ 700 milhões.
O comitê faz um mapeamento detalhado do panorama atual de todas as modalidades olímpicas. Um sistema de computador monitora 270 mil atletas, 9 mil brasileiros, entre os quais, 195 com chances de medalhas. "Sabemos onde cada um pode chegar a curto, médio e longo prazo. Diante disso, estabelecemos estratégias de investimentos visando ao aprimoramento e desenvolvimento de cada modalidade, disciplina ou atleta com potencial de resultado", fala Marcus Vinícius. Assim, o COB reúne um dossiê de cada esporte, que analisa o campeão olímpico e mundial, traçando um perfil com os principais resultados dos atletas.
A análise é minuciosa, com atenção aos detalhes, como segundos e centímetros que podem fazer a diferença entre estar ou não no pódio. O acompanhamento dos atletas inclui preparação técnica, física e mental, com avaliações e testes físicos, além do acompanhamento nutricional, fisiológico e de psicólogos. "O nosso trabalho é prover a melhor condição possível para o atleta dar o seu melhor. É um esforço diário para que o atleta brasileiro tenha a certeza de que teve, no mínimo, a mesma condição do que o competidor ao lado. O resultado do Time Brasil será consequência desse trabalho", aponta.
Para distribuir recursos e investimentos, as modalidades foram divididas em quatro grupos (veja o quadro), de acordo com o histórico em Olimpíadas e os potenciais de desenvolvimento e conquista de mais medalhas. Pensando também na formação de base dos atletas, o COB investe nos Jogos Escolares da Juventude, que já revelou talentos na última edição e promete levar ainda mais competidores jovens para o Rio.
"Nosso projeto não se limita a 2016. Queremos deixar uma base sólida para que o esporte brasileiro continue evoluindo em 2020 e 2024. Tenho certeza de que o esporte do Brasil que nunca mais voltará ao patamar de antes dos Jogos", projeta. "Além da estrutura física, acredito que os Jogos do Rio já estão trazendo uma nova mentalidade para atletas, dirigentes e empresas que apostam e investem no esporte do Brasil", finaliza.
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