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Stuttgart – Até bem pouco tempo atrás, a ginástica feminina brasileira era sinônimo de Daiane dos Santos. Mas Jade Barbosa, de 16 anos, 1,51 m e 46 quilos, provou, em seu primeiro Mundial, que já é um nome consolidado na renovação do esporte no Brasil. Afinal, ela começa a ganhar reconhecimento e medalhas, surgindo como maior esperança para a Olímpiada de Pequim, em 2008.

No Mundial de Stuttgart, na Alemanha, que terminou ontem, Jade foi a melhor ginasta na final por equipes, em que o Brasil conquistou o inédito quinto lugar. Com isso, ajudou a classificar a equipe completa para a Olimpíada. Ganhou também a inédita medalha de bronze no individual geral, além de ser quinta colocada na prova de salto e sétima na trave – foi a única das seis ginastas brasileiras a fazer finais individuais no campeonato. Disputou a final da trave e encerrou sua histórica participação no Mundial com um 7.º lugar.

Jade ganhou notoriedade ao conquistar a medalha de ouro para o Brasil no Pan do Rio, em julho, após um jejum de 16 anos. Emocionou o público, após sofrer uma queda nas barras paralelas assimétricas na disputa do individual geral, que lhe custou o ouro. Chorou, imagem estampada na capa dos jornais do país. No dia seguinte, no entanto, ganhou ouro no salto. Mas o nível técnico do Pan nem de longe pode ser comparado ao de um Mundial.

"Agora, depois deste Mundial, a Jade passa a ser uma séria concorrente para a Olimpíada", afirma a supervisora das seleções brasileiras Eliane Martins.

As veteranas da equipe brasileira são Daiane dos Santos, de 24 anos, e Daniele Hypólito, de 23. O grupo ainda tem Laís Souza, de 18. "Mas a Jade foi o destaque. Ter uma ginasta em três finais num Mundial pré-olímpico, com atletas no melhor de sua forma, não é pouco", diz Eliane Martins.

O trabalho agora será dar experiência à Jade, que, como adulta, só havia feito duas etapas da Copa do Mundo antes do Mundial, além do Pan e de um Sul-Americano.

Em sua curta carreira, Jade correu o risco de parar de competir duas vezes. Descobriu a ginástica aos 6 anos. Treinava no Flamengo, com a técnica Georgette Vidor. Quando a mãe Janaína morreu, há sete anos, quase desistiu. Tinha dificuldade para ir aos treinos porque o pai, o arquiteto César, além do trabalho, tinha de cuidar de Pedro, irmão mais novo da atleta.

Mas, na época, ela teve a ajuda dos técnicos para não desistir. Assim, Jade ganhou destaque cedo na ginástica – foi a primeira juvenil a fazer o difícil duplo twist carpado, o acrobático salto que consagrou Daiane no solo. E, aos 14 anos, foi aprovada para treinar no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Ginástica, em Curitiba. Assim, a garota deixou a escola, a família e o Rio. Agora, Jade vai para a sua primeira Olimpíada, com 18 anos.

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