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NOVIDADE | Mauro Campos
NOVIDADE| Foto: Mauro Campos

Dia ruim para o Brasil

Foz do Iguaçu – A sexta-feira foi ruim para os brasileiros no Mundial de Canoagem Slalom, em Foz do Iguaçu. Os três times nacionais que competiram por equipes não conseguiram sequer se classificar entre os 10 melhores. No caiaque individual (K1) masculino, o trio Gustavo Selbach, João Vítor Machado e Ricardo Taques terminou na 17.ª colocação entre 19 barcos. Na canoa individual (C1) para homens, Filipi Santin, Cassio Petry e Bruno Machado chegaram em 11.º, quatro posições à frente do último lugar. Já o conjunto feminino (Milene Wolf, Poliana de Paula e Fabíola Almeida), no caiaque individual, ficou na penúltima colocação, ganhando apenas da Argentina.

Na competição por equipes, três barcos de um mesmo país entram na água – o último canoísta tem de cruzar a linha de chegada até 15 segundos depois do primeiro barco. "O resultado não foi o que esperávamos. Torço para que amanhã [hoje] os atletas atinjam o seu limite, remando 100%", afirma o técnico da seleção brasileira, Alain Jourdant.

Hoje, a partir 9h30, acontecem as semifinais e finais do caíque individual (k1) e da canoa individual (C1). (CEV)

Foz do Iguaçu – O olhar fixo no horizonte e o semblante fechado indicam a tristeza do francês Alain Jourdant. Ontem, enquanto os canoístas disputavam a competição por equipes, o técnico da seleção brasileira recebia a notícia de que o Mundial de Canoagem Slalom em Foz do Iguaçu marcaria a sua despedida do time verde-e-amarelo. O relacionamento de quase oito anos estava acabado de forma unilateral.

A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), alegando falta de resultados, decidiu não renovar o contrato do treinador, que termina no fim do mês. "Está na hora de mudar. Há uma lista de técnicos nacionais e estrangeiros sendo analisada", confirma o presidente da entidade, João Tomasini Schwertner, ainda indeciso sobre que rumo tomar.

A demissão aborreceu, mas não pegou o treinador de surpresa. Dá até para dizer que se tratava de uma morte anunciada, que começou a ser esboçada no ano passado. Também em setembro, a CBCa deu baixa na carteira de Jourdant, recontratado sete meses depois. "Foi um pedido dos atletas. Quando acabou tudo aqui [seleção permanente em Foz do Iguaçu], eles voltaram para casa. Mas cinco integrantes da seleção pediram para treiná-los novamente, lá em Tibagi. Eu aceitei, recebendo apenas uma taxa mínima de outubro a dezembro", explica ele, relembrando o início do processo que culminaria com o seu retorno ao time nacional.

O grupo de pupilos fiéis ao francês era formado pelos paranaenses Ricardo Taques, Bruno Machado, João Vítor Machado e o paulista Filipi Santin – o quinto integrante, por já não fazer mais parte da equipe, não foi mencionado pelo técnico. "Eu entrei na seleção, cresci e aprendi com ele. O Alain representa quase tudo para nós", ressalta Taques, de 17 anos, natural de Tibagi.

A verdade é que a relação entre Jourdant e o comando da CBCa andava estremecido. "Distante", classifica o treinador. Sempre que podia, o francês dava um jeito de cobrar a continuidade dos projetos da entidade, pedindo mais estrutura para a canoagem. O fato de a confederação liberar todos os atletas em setembro, quando o Canal Itaipu fecha por causa da piracema – o local é usado pelos peixes em período de reprodução –, deixava-o indignado. "Há meninos aqui que mudaram três vezes de escola em 2006. Lá na França a gente se preocupa muito com a vida social do atleta", afirma.

Apesar da decepção por deixar a seleção justamente no momento em que a modalidade começa a ganhar visibilidade com a construção da única pista artificial da América Latina, em Foz – considerada uma das melhores do mundo pelos atletas de diversas delegações que participam do Mundial –, Jourdant não descarta um possível retorno, repetindo o enredo do ano passado. "Saio feliz porque pude trabalhar bastante e porque os atletas gostam de mim. O resto é política. Se algum deles me pedir para ajudar na conquista da vaga olímpica, volto com certeza. Ninguém sabe ao certo o que vai acontecer", explica ele.

Porém, pela convicção das palavras do presidente da CBCa, o francês deve largar mesmo o uniforme verde-e-amarelo amanhã, após o fim do Mundial.

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