"Sempre fiz uso desse suplemento e nunca um controle feito anteriormente apresentou problema (...) Creio que este resultado tenha sido um fato isolado. Por causa dessa mesma confiança, outros atletas também fizeram uso do suplemento. Durante toda a minha carreira, sempre tive o maior cuidado. Nunca utilizei nenhum recurso ergogênico ilícito que pudesse favorecer a minha performance."
Nota oficial de Cesar Cielo.
Dois pesos...
Outros atletas flagrados no exame antidoping com furosemida tiveram punições mais severas que a advertência que os quatro nadadores receberam ontem. A Federação Internacional de Natação (Fina) puniu a também nadadora Daynara de Paula com seis meses de suspensão após testar positivo para o diurético no Campeonato Sul-Americano, em março de 2010. A atleta utilizou argumento bem semelhante ao de Cielo para justificar a falha: ingestão de um suplemento legal contaminado. O mesmo aconteceu com a ginasta Daiane dos Santos e a triatleta Mariana Ohata.
São Paulo - Mais importante nadador brasileiro da história, Cesar Cielo, de 24 anos, foi flagrado em exame antidoping pelo uso do diurético furosemida. Como pena, recebeu apenas uma advertência e deve ir ao Mundial de Xangai, a partir do dia 24 deste mês.
No mesmo Troféu Maria Lenk, em maio, outros três atletas foram flagrados. Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked, usuários da mesma substância, também foram só advertidos.
A defesa dos nadadores foi coletiva. Alegaram terem sido vítimas de erro de uma farmácia de manipulação, que teria contaminado o suplemento de cafeína que Cielo disse tomar há dois anos. "Pela segurança que tenho na utilização do suplemento, creio que este resultado tenha sido um fato isolado. Por causa dessa confiança, outros atletas também fizeram uso do suplemento", afirmou o campeão olímpico e mundial em nota lida para a imprensa ontem à noite não foram permitidas perguntas.
"Em toda a minha carreira, sempre tive o maior cuidado com todo tipo de medicamento ingerido. Me considero um atleta exemplar neste aspecto. Nunca utilizei nenhum recurso ergogênico ilícito que pudesse favorecer minha performance."
A furosemida ajuda na eliminação de líquido do corpo e pode mascarar a presença de substâncias dopantes. "Foi entendido que não existiu culpa nem negligência. Eles já haviam sido testados várias vezes antes", disse Eduardo de Rose, membro da Agência Mundial Antidoping e presidente do painel da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) que julgou o caso.
Cielo, Nicholas e Vinícius treinam com Alberto Pinto em São Paulo, na equipe do campeão olímpico. Henrique, como Cielo e Nicholas, defende o Flamengo em competições. O clube carioca, em nota, disse confiar "na idoneidade de seus atletas".
Segundo a médica Sandra Soldan, diretora-adjunta de doping da CBDA, os atletas apresentaram relatório de uma farmácia, que assumiu a falha. O erro teria ocorrido no encapsulamento da substância. O estabelecimento seria de Santa Bárbara dOeste (135 km de São Paulo), terra natal de Cielo. "Eles apresentaram o suplemento e mandei analisá-lo no Ladetec [único laboratório brasileiro credenciado na Agência Mundial Antidoping (Wada)], comprovando que havia diurético", disse.
Segundo Bernardino Santi, da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva e médico da confederação de boxe, a contaminação depende da qualidade do laboratório que manipula o medicamento. "Há casos de contaminação de substâncias por outras, depende do laboratório, do produto. É preciso cuidado onde se compra, pela internet, em laboratório de fundo de quintal", declarou.
José Kawazoe Lazzoli, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que problemas geralmente ocorrem em suplementos do exterior. "Alguns são contaminados até com esteroides, mas não aparece no rótulo. A pessoa compra, tem resultados e não sabe que há substâncias proibidas", afirmou.
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