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A primeira vez o torcedor nunca esquece. Botafogo e Flamengo nunca haviam se enfrentado no Engenhão, e o clássico realizado na tarde deste domingo (25) teve todos os ingredientes que o transformaram no de maior rivalidade no futebol carioca nos últimos anos. Confronto entre a torcida rubro-negra e a Polícia Militar no lado de fora do estádio, tensão lá dentro, pênalti defendido por Bruno e até o mesmo o inusitado fato de o público presente ter sido menor que o número de ingressos vendidos - a explicação dos responsáveis cai sobre torcedores compraram o seu bilhete mas desistiram de assistir ao jogo, ou sobre cambistas que não conseguiram se desfazer dos seus. A única coisa que não mudou foi o resultado da partida. No fim das contas, nova vitória do clube da Gávea, desta vez por 1 a 0.

Já são dez partidas de jejum do Glorioso (sete derrotas e três empates) contra o arquirrival. A última vez que a torcida alvinegra pôde comemorar foi no dia 14 de abril de 2008, quando o time venceu por 3 a 0 na semifinal da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca. Com o resultado, o Flamengo manteve a quinta colocação, agora com 51 pontos, a um do G-4 e três a menos que o líder Palmeiras, entrando de vez na briga não apenas por uma vaga na Taça Libertadores de 2010, mas também do título. Já o Botafogo continua na zona de rebaixamento, com 32 pontos, mas agora em 18º lugar - o time acabou ultrapassado por Santo André e Náutico, que venceram na rodada, chegaram ao mesmo número de pontos, mas levam vantagem no número de vitórias (oito contra seis).

As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira, e ambos sem os seus respectivos maestros: Lucio Flavio e Petkovic receberam o terceiro cartão amarelo e terão de cumprir suspensão automática - o meia rubro-negro ainda deixou o campo após sentir uma lesão no músculo posterior da coxa direita. O Alvinegro recebe o Náutico, às 19h30m, no Engenhão, em um confronto direto na briga contra o rebaixamento nesta reta final do Brasileirão. Já o Flamengo vai a São Paulo, onde enfrenta o Barueri, na Arena, às 21h50m.

Casa cheia só na expectativa, e o Fla confirma melhor momento

Com um público muito aquém do esperado, as equipes entraram em campo buscando o ataque desde o início. O Rubro-Negro contava com o trio formado por Petkovic, Zé Roberto e Adriano, enquanto o Alvinegro começou com Reinaldo ao lado de Jobson e André Lima na frente. Duas formações ofensivas, mas o melhor momento do time visitante acabou prevalecendo. Aos cinco, Juan foi à linha de fundo e cruzou para o meio da área. Fierro, sem marcação, concluiu para fora. No minuto seguinte, Zé Roberto aproveitou rebote da defesa adversária e chutou com perigo, à esquerda de Jeferson. O camisa 22 voltou aparecer em seguida, aos sete, quando aproveitou o espaço pelo lado esquerdo para entrar na área. O goleiro botafoguense saiu bem para ganhar a jogada.

A resposta dos donos da casa veio na sequência. Aos oito, Reinaldo arriscou de longe, e Bruno espalmou a escanteio. Após um início eletrizante, os dois times colocaram o pé no freio, e a partida passou a ficar mais disputada no meio-campo. O Botafogo chegou com perigo ao 13 e aos 17, com Batista chutando com perigo de fora da área, e Reinaldo cabeceando à direita do gol. A partir daí, predomínio total do Rubro-Negro, que pressionou até abrir o placar e ainda poderia ter ido para o vestiário com uma vantagem maior. Aos 23, Toró errou o chute, mas a bola acabou nos pés de Adriano, que dominou e chutou para a segura defesa de Jefferson. Um minuto depois, Fierro cruzou da direita, e Zé Roberto, sem marcação, cabeceou mal, por cima do travessão.

Foi apenas um ensaio. Diante de um Alvinegro nervoso e com medo de arriscar, o Flamengo se aproveitou exatamente de um erro do sistema defensivo do rival. Aos 31, Wellington vacilou ao tentar cortar uma bola pelo alto, e Adriano partiu com tudo para cima. O Imperador ganhou na força de Juninho e do próprio Wellington, mesmo com um involuntário toque na bola com o braço esquerdo, e chutou sem chances para Jefferson: 1 a 0, e o atacante descarregava a raiva declarada porque estava há duas partidas sem marcar. Aos 38, Petkovic limpou jogada na área rubro-negra e fez lançamento espetacular para Fierro. O chileno tabelou com Zé Roberto, recebeu livre na área e chutou para fora, rente à trave esquerda, perdendo chance incrível.

Bota volta melhor, pressiona e perde pênalti

Os times voltaram sem alterações para a segunda etapa, mas o Alvinegro retornou com outra postura, criando mais oportunidades. Logo aos três minutos, Lucio Flavio cobrou falta da direita, e André Lima, livre de marcação na entrada da pequena área, concluiu sem direção. Aos seis, o camisa 9 acertou a pontaria, mas Bruno apareceu para realizar ótima defesa. Enquanto os anfitriões buscavam o ataque somente na base da vontade, o Flamengo, mais bem armado, dominava o meio-campo e sempre saía com perigo para o campo adversário. Aos dez, o retrato fiel do nervosismo alvinegro: Batista deu ótimo passe na esquerda para Jobson, mas o atacante chutou de maneira bisonha. A bola saiu pela linha lateral.

Com a entrada de Victor Simões no lugar de Batista, e a saída de Petkovic para a entrada de Gil, o Botafogo passou a ter mais posse de bola e encurralou o rival no campo de defesa. Aos 19, em seu primeiro lance na partida, Victor Simões chutou de primeira, após tabela com André Lima, e Bruno apareceu muito bem mais uma vez. Três minutos depois, brilhou a estrela do o camisa 1 rubro-negro. Pouco depois de os jogadores alvinegros reclamarem um toque de mão de Toró na área, o árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos viu falta inexistente de Airton em André Lima. Pênalti mal marcado que Lucio Flavio cobrou aos 25 para a defesa do goleiro.

Aos 33, Lucio Flavio desceu pela esquerda e cruzou rasteiro para o meio da área. Victor Simões fez o corta-luz para André Lima, que soltou a bomba, mas isolou. O Botafogo seguiu pressionando em busca do gol de empate, que o tiraria do Z-4, mas foi o Flamengo, mesmo encurralado durante os 20 minutos finais, que quase balançou as redes. Já nos acréscimos, Zé Roberto desceu livre pela direita e chutou para Jefferson fazer ótima defesa. No rebate, Gil, com o gol aberto a sua frente, concluiu de maneira ridícula para fora. E não faria diferença alguma mesmo.

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