O Rio Branco vive uma situação peculiar, para não dizer caótica, às vésperas do retorno do Campeonato Paranaense 2020.
O clube de Paranaguá, que enfrenta o FC Cascavel neste sábado (18), às 14h, em Ponta Grossa, pode entrar em campo com apenas uma sessão de treinamento desde a paralisação do torneio. E o técnico Amauri Knevitz, que saiu da função de diretor para substituir Tcheco, dispensado em março por causa da pandemia de Covid-19, tem apenas 14 jogadores no elenco para escalar. Antes, eram 29.
"Estamos em 14 atletas, dois goleiros. Então só 12 de linha", revela Knevitz, de 61 anos de idade e 25 de carreira como treinador.
"Nossa oração é essa, não pode ter lesão. E não podemos nem treinar muito para não machucar", completa.
O cenário vivido pelo Leão da Estradinha é um recorte da volta do futebol no Estado. Como a cidade de Paranaguá segue com atividades não-essenciais vetadas pela prefeitura, os jogadores não têm treinado na Estradinha, apenas individualmente, em suas casas.
E como o jogo das quartas de final acontece daqui a dois dias, o único treino pode acontecer literalmente na véspera, no Germano Krüger, a 200 km do Litoral.
"Se o jogo for no fim de semana, faremos um trabalho com o Amauri em campo. Fizemos toda logística, acredito que faremos um treino no local do jogo", admite o presidente do Conselho Deliberativo do Rio Branco, Itamar Bill, que ainda acreditava num eventual adiamento do reinício do torneio.
Há outro problema. Nesta quinta-feira (16), jogadores e comissão técnica se apresentam e fazem testes para Covid-19. Os resultados saem na sexta (17), véspera do jogo contra a Serpente.
O clube corre risco, portanto, de não ter um time completo para mandar a campo caso tenha exames positivos. Lembrando que, de acordo com a regra, é necessário no mínimo sete atletas para iniciar o jogo.
"Isso é mais preocupante do que a condição física ou técnica... Fico na expectativa que não tenha nada, nenhum problema maior, porque já temos um problema grande", fala o técnico, que tenta manter o otimismo em meio a uma situação complicada.
"Eu sei que pode dar tudo errado. Sim, pode. Mas não penso assim. Penso que a gente pode fazer bem feito ainda. Dá tempo. Mesmo com todas as dificuldades. Só não podemos jogar sem goleiro. Em todas as outras posições sai jogo, desde que tenhamos sete em campo. Creio que é possível, até porque temos jogadores que podem", crava Knevitz.