Olimpíada à parte, Londres sempre foi a cidade mais cosmopolita do mundo. Imagine esta capital respirando um evento com mais de 200 países dele participando! E ainda por cima com o clima, que nunca é confiável, jogando a favor. Forma-se, desse jeito, uma cadeia astral tão positiva quanto rara nesta cidade dos guarda-chuvas. É a Londres de Chaplin e não a de Charles. O que é ótimo.
Depois de amanhã será a "terça-feira de Carnaval" dos Jogos, com a apoteótica festa no Parque Olímpico. Os britânicos estão babando com a terceira colocação no ranking das medalhas, enquanto a China e os EUA parecem disputar a conquista espacial, lembrando o tempo da guerra fria com a antiga União Soviética. Por outro lado, a participação brasileira se encaminha para o esperado. Muito bronze, duas ou talvez mais pratas e pouco ouro.
Lamentei nesta noite o ouro que escapou da dupla brasileira no vôlei de praia. O nosso Emanuel, que deve encerrar a mais brilhante carreira desempenhada por um paranaense em todas as edições olímpicas, deve ser eternizado, mesmo com a prata no pescoço. Foi um grande jogo. Até o local do palco foi apropriado, pertinho do Palácio Real. Será que os monarcas queriam assistir o Rei Emanuel sem sair de casa?
Ué, coincidência ou não, na última Olimpíada aqui realizada, em 1948, a família real disse aos organizadores que gostaria de assistir a passagem da maratona desde os jardins do palácio. Isso implicaria em esticar os 40 km tradicionais em mais 2195 metros. Não só foi aprovado como até hoje continua sendo a distância oficial da prova.
Acho que Emanuel deveria receber, de Curitiba, honrarias bem mais significativas do que um jantar aqui, um discurso político ali e um tapinha nas costas acolá. Dia desses, antes do jogo de futebol contra a Coreia do Sul, aproveitei para rever e resgatar Liverpool da melancólica passagem que vivi com a seleção na Copa de 1966. O Cavern Club não é mais o original, mas ainda mantém um histórico digno dos Beatles, sem contar com um museu da banda e o nome do aeroporto da cidade: John Lenon. Os estádios do Liverpool, Manchester City e, principalmente, do United, cultuam seus ídolos. No Old Trafford, a honraria aos mitos vivos e àqueles que morreram na queda do avião que vinha de Munique, é uma chama permanente. No Brasil, é raro ver um gesto de gratidão que eternize determinados atletas.
Bem, amanhã o futebol decide o ouro olímpico outra vez. Um colega da TV Azteca falava que subir no pódio era o que bastava. Independentemente do degrau. E que o do meio não seria ruim. Reforcei para ele que certos meios justificam os fins e que o segundo lugar justificaria a bela campanha mexicana. Espero.
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