Nanicos lutam por vaga no Pan do Brasil

Modalides esportivas que não são olímpicas, mas fizeram parte do programa do último Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003, vivem um fim de semana decisivo para saber se estarão nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2007.

Raquetebol, pelota basca, squash, caratê, patinação artística, esqui aquático, boliche e hóquei sobre patins aguardam a definição durante a assembléia-geral da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), que começa hoje na capital carioca.

Os nanicos têm como principal adversário o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que deseja apenas a inclusão do futsal – também não olímpico. As outras oito modalidades podem ficar fora do Pan.

Porém, não será fácil para o presidente do COB e do Comitê Organizador dos Jogos (CO-Rio), Carlos Arthur Nuzman, convencer os dirigentes da Odepa sobre a retirada desses esportes.

Desde o anúncio da intenção de ter apenas o futsal como não olímpico, uma verdadeira rede de influências e barganhas começou a ser movida para viabilizar o "retorno" dos nanicos ao Pan carioca.

Os diretores da pelota basca (que nem têm confederação no Brasil) apostam na nacionalidade do presidente da Odepa – Mario Vásquez Raña, mexicano – para serem escolhidos. O país da América do Norte é o principal centro da modalidade nas Américas.

Dirigentes da patinação artística e caratê crêem que as medalhas de ouro conquistadas para o Brasil em Santo Domingo sensibilizarão o COB e a Odepa. Já os dirigentes do boliche acreditam no alto número de praticantes, incluindo os de fim de semana, que seria somente inferior aos do futebol.

Porém, ninguém superou o hóquei sobre patins. Em janeiro, a Confederação Brasileira de Hóquei mandou um ofício ao COB garantindo no mínimo a medalha de bronze em 2007. Mas, até o momento, nada disso foi capaz de mudar a opinião de Nuzman.

"A nossa posição é de termos apenas os esportes olímpicos e o futsal, pois entendo que a cota de atletas não deve passar dos cinco mil. Se entrarem mais modalidades, alguns atletas olímpicos podem ficar de fora e a preparação e classificação para a Olimpíada de Pequim, em 2008, podem ficar prejudicadas", argumentou.

Para não se livrar definitivamente dos nanicos, a Odepa deve propor ao COB uma troca: o futsal só será aceito junto com pelo menos mais quatro não-olímpicos.