O lutador de vale-tudo Wanderlei Silva esteve em Curitiba por algumas semanas para fazer uma cirurgia plástica no nariz. Antes de voltar na quarta-feira para Las Vegas, onde reside e tem um centro de treinamento, Silva conversou com a Gazeta do Povo sobre a operação, a vida nos Estados Unidos e os planos para o futuro. Confira a entrevista:
Por que você operou o nariz? Já tinha feito outras cirurgias antes?
Para quem pratica um esporte como o meu, cirurgia é algo normal. Já fiz no joelho, no cotovelo e tinha feito uma no nariz anos atrás. Acho que já quebrei o nariz uma três vezes. Não doía, mas eu tinha dificuldade para respirar e também roncava muito. Minha esposa era uma heroína por me aguentar (risos). Nos aviões eu dormia e acordava com as pessoas rindo do meu ronco. O meu nariz então estava bem torto. A doutora Cynthia Nicolau precisou fazer um enxerto de cartilagem tirada da minha costela. A Téa (esposa) esperava que eu ficasse a cara do Brad Pitt... Mas não foi desta vez.
Quanto tempo você vai ficar de molho para se recuperar?
A doutora falou em seis meses. Eu vou ficar um mês. Mas vou me concentrar mais na musculação e, quando for lutar, vou usar capacete. Agora preciso também fazer fonoaudiologia para aprender a falar corretamente, respirando pelo nariz. Antes eu só respirava pela boca.
Como foi o descanso em Curitiba?
Foi legal. Visitei a família, os amigos, passeei bastante. Me criei em Santa Felicidade, adoro essa região. Amo Curitiba, a cidade em que nasci. Mas fiquei triste com a morte do Nick (José Niczay Sobrinho, dono de uma rede de churrascarias, morto em um assalto no dia 5), que era meu amigo. Curitiba é boa para se morar, mas está violenta. Tenho medo pela minha família.
Como está a sua academia em Las Vegas?
Ela foi eleita recentemente como uma das melhores academias de MMA (Mixed Martial Arts, termo em inglês usado para designar o vale-tudo) do mundo e está sendo um modelo que eu pretendo abrir em outros lugares. Meu sonho agora é abrir um centro de treinamento em Curitiba e promover bastante intercâmbio com lutadores do exterior.
Como é viver em Las Vegas? Costumar apostar nas roletas?
Viver em Las Vegas é bom, ainda mais que sempre recebo visitas dos amigos. Mas não sou de jogatina. Eu e a Téa aproveitamos mesmo para curtir vários shows, da Madonna ao Cirque du Soleil. Culturalmente, é uma cidade interessante.
Você hoje ministra vários cursos de vale-tudo pelo mundo. Como tem sido?
Pois é, estou sempre ministrando seminários. Em junho, por exemplo, dei aulas para a garotada em um Summer Camp (curso intensivo de verão) em Vegas. Foi muito bacana.
Falando em crianças, os seus filhos também treinam artes marciais?
Minha filha Rafaela, de 12 anos, começou a treinar. Já o Thor, de 6 anos, gosta mais de desenhar e cantar... Não sei se ele vai ser lutador como o pai, mas um pouco de luta vou ensinar para ele. Acho que todos os pais deviam incentivar os filhos a fazer artes marciais. É bom para a criança desenvolver valores como autoconfiança, respeito, disciplina. Você muda o seu corpo e o seu comportamento. Eu era supertímido e gordinho antes de começar a treinar aos 13 anos. Depois virei outra pessoa. E mesmo quem não segue carreira também muda. Da turma que começou comigo, por exemplo, de 200 pessoas, só eu virei profissional. Mas esses meus amigos de academia adquiriram uma postura diferente diante da vida.
Você completou 33 anos em julho. Quais são os planos para o futuro? A aposentadoria passa pela sua cabeça?
Estou na melhor fase da minha vida. Hoje estou mais experiente, tenho um casamento feliz e um bom trabalho. Procuro ler muito e batalho para mostrar que um lutador pode ser uma pessoa culta. Quero contribuir para o crescimento do MMA ao redor do mundo e abrir portas a outros lutadores. Vivo também uma fase de transição. Atuo como empresário, tenho meus atletas, mas ainda adoro lutar. Em meu último combate na Alemanha, contra o Rich Franklin, havia 15 mil pessoas torcendo. Ouvir essas pessoas gritando o teu nome te dá uma adrenalina incrível. Eu amo isso e pretendo continuar lutando por muitos anos.
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