Não haverá tempo hábil para, em um ano até a Copa do Mundo, o Brasil passar por uma revolução no que se refere à infraestrutura. Seis anos depois de o país ganhar o direito de organizar o Mundial, esse é o reconhecimento do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que sugere que até 2014 um novo esquema de transporte terá de ser implementado no Brasil para ligar as 12 cidades-sede.
O dirigente francês falou ao jornal O Estado de S. Paulo, em entrevista publicada nesta sexta-feira, em seu escritório montado em um hotel de luxo em Copacabana.
Valcke também admitiu surpresa diante dos protestos realizados durante a Copa das Confederações. Mas insistiu que manifestantes devem desistir de atacar a Fifa. "Não vamos embora. Não adianta brigar conosco."
O cartola disse que diante das imagens de violência, uma das prioridades da Fifa a partir de agora será a de convencer torcedores pelo mundo a não desistir da ideia de viajar ao Brasil para a Copa.
"Todos ficaram surpresos com a dimensão dos eventos. As pessoas também se surpreenderam com o fato de que uma minoria passou a fazer parte dessas manifestações de forma violenta. Sempre que há um evento importante, e não só a Copa do Mundo, também há protesto. O que eu digo é que isso não tem a ver com o esporte. Sempre que temos a imprensa, onde a atenção do mundo está focada num lugar muito específico, potencialmente esse é o lugar para protestar", argumentou.
Valcke também minimizou a preocupação com a previsão de um grande protesto que deverá ocorrer no domingo, antes da grande final entre Brasil e Espanha, no Maracanã.
"Para domingo, de fato esperamos isso [uma grande manifestação], já que se trata do último jogo. E não há problema se ela for pacífica. O que eu espero é que não seja afetada por uma minoria", completou.
Questionado sobre o fato de que está sendo usado dinheiro público para a construção ou reforma dos estádios da Copa, o secretário-geral da Fifa reputou o mesmo como empréstimos e um um pagamento adiantado.
"Não é dinheiro público de verdade. Quando falamos de Maracanã, por exemplo, eu acho que eles conseguiram um bom acordo com Odebrecht e IMX para a concessão. Grande parte dos investimentos será feito por essas empresas. Esse é o modelo que está ocorrendo em todo o mundo. E o Brasil está apenas aplicando o mesmo modelo", defendeu.
Valcke também foi realista ao projetar o que precisa ser mudado no Brasil até 2014. "Não se fará uma revolução no país entre agora e a Copa do Mundo. Parece que teremos que garantir uma melhor forma de conectar as 12 cidades para a Copa do Mundo, alguma forma mais fácil de voar entre as cidades. No Brasil teremos que trabalhar com o governo para garantir que quem quiser voar entre as cidades-sede possa fazer sem problema. E que possa voar entre todas as cidades e o Rio. Talvez tenhamos de adicionar umas aeronaves", previu.
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