Nas bolas paradas, Coritiba vence Iraty e iguala recorde com 100% de aproveitamento

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Se vencer os sete primeiros jogos no Campeonato Paranaense significa títulos ao Coritiba, a torcida alviverde pode se animar. Na quente noite de sábado, em Paranaguá, a equipe coxa-branca venceu o Iraty por 3 a 1, mantendo os 100% de aproveitamento após sete jogos, igualando assim o que havia feito em 1976 e 2003, ocasiões em que ergueu a taça estadual. A bola parada da equipe alviverde definiu a história da partida.

Veloz e leve na frente, mas sem um atacante de referência, o Coritiba não conseguiu concluir em gols a sua maior posse de bola na etapa inicial. Nos contra-ataques, o Iraty deu alguns sustos e teve até uma bola na trave. Se esta tivesse entrado, talvez a partida tivesse um outro desfecho. Se o ataque em campo não resolvia, coube ao zagueiro Pereira ir ao ataque e, na bola parada de Marcos Aurélio, anotar e colocar o Coxa na dianteira.

O Azulão voltou mais exposto no segundo tempo, acreditando no empate, mas logo acabou punido com um veneno já provado. Bola parada, Marcos Aurélio na cobrança e Pereira na jogada. Desta vez o zagueiro se abaixou, mas atrapalhou o goleiro Valter e toda a zaga do time do interior, e a pelota morreu mais uma vez nas redes adversários. Com 2 a 0, o Alviverde apenas administrou, Édson Bastos ia garantindo lá atrás e o Verdão ainda se dava o luxo de perder várias chances de aumentar e golear.

Nos minutos finais, Artur fez o gol de honra do Iraty, enquanto Marcos Aurélio, em nova falta, deixou mais um gol e consolidou o triunfo coritibano no Gigante do Itiberê. O fato negativo foi a expulsão do meia Rafinha, já nos acréscimos, de uma forma ainda pouco esclarecida pelo árbitro Antônio Denival de Moraes.

Com 21 pontos, o time coritibano segue líder isolado, agora a dez pontos do segundo colocado e muito próximo de garantir os dois pontos extras e o "supermando" na segunda fase do Paranaense. Na próxima rodada o Coritiba vai até o Waldemiro Wagner no dia 17, onde encara o Paranavaí às 21h45. Já o Azulão realiza no próximo sábado, às 18h30, o jogo atrasado contra o Paraná Clube, na Vila Capanema.

Zagueiro mostra presença ofensiva a favor do Coxa no primeiro tempo

O calor. Este foi um adversário comum para Coritiba e Iraty no Gigante do Itiberê. O desgaste físico foi tanto dos dois lados que o árbitro Antônio Denival de Moraes realizou uma parada técnica para reidratação dos atletas. Quando a bola rolou durante os 45 minutos iniciais, a partida apresentou um Coxa com mais posse de bola, sempre rondando a área adversária, e um Azulão atuando nos contragolpes a todo o momento.

Com o apoio de um bom número de coritibanos nas arquibancadas, os comandados de Ney Franco usavam e abusavam da velocidade para envolver o time de Irati e chegar próximo ao gol de Valter. Todavia, quando era necessária a presença de um centroavante, alguém para segurar a bola, a marcação ou simplesmente arrematar a gol no momento decisivo, o Alviverde se atrapalhava. A falta de Ariel foi muito sentida.

Rondando o gol rival, mas sem chutes precisos, o Coxa levou um verdadeiro susto na primeira chegada do Iraty. Bruno Iotti cruzou uma bola despretensiosa aos 16 minutos e Eydson, livre entre os zagueiros, cabeceou no canto, a bola explodiu na trave esquerda de Édson Bastos e por muito pouco não entrou. Fora essa chance clara, o Azulão apertou a marcação em determinados momentos, arrematando bolas de longe e cruzando outras na área. Nada com muito perigo.

O Verdão também criou oportunidades, mas os chutes de dentro da área de Renatinho e Rafinha ou pararam no camisa 1 do time visitante ou foram para fora. A partida caminhava para um 0 a 0 quando um zagueiro deu uma de matador no ataque coxa-branca. Quando uma falta resultou em cruzamento na área, aos 40, Pereira subiu livre para cabecear. Valter ainda tocou na bola e ela foi vagarosamente para o gol. O arqueiro ainda tentou tirar, porém ela já tinha cruzado a linha.

A vantagem era tudo o que o Alviverde precisava para jogar com inteligência no restante do jogo. "O calor está imenso, sabemos da nossa responsabilidade aqui. O time deles é forte, mas temos que ampliar", disse Renatinho ao final do primeiro tempo. "A equipe deles é perigosa, veio para jogar no contra-ataque, então temos que jogar pelas beiradas do campo e aproveitar a velocidade dos meninos", orientou Pereira.

Replay visto na etapa inicial consolida triunfo coritibano

Ao tirar o volante Silvio e colocar o atacante Artur, Gilberto Pereira dava mostras de que o Iraty não iria se intimidar e iria para cima em busca do empate. A iniciativa, embora ousada, foi pouco produtiva e quem seguiu melhor foi o Coritiba. Antes dos dez minutos Rafinha teve a melhor chance de fazer o segundo, mas pecou no chute final. Em vantagem, o Alviverde passou a administrar, com muito toque de bola, o que fez o Azulão mandar mais um atacante (William Dagol) a campo.

Nem bem entrou e o camisa 16 do Azulão viu que a situação ficaria ainda mais difícil. Aos dez, replay do primeiro gol coxa-branca. Marcos Aurélio cobrou falta e Pereira apareceu na área. Desta vez o zagueiro se abaixou, mas este simples movimento desmontou a defesa do Iraty e a bola morreu nas redes do goleiro Valter. Com uma vantagem de dois gols, o que se viu já era o esperado. De um lado, o Azulão tentando diminuir, e o Verdão jogando no contragolpe para aumentar.

Foram duas tentativas de cada lado, com defesas de Édson Bastos para o Coxa e arremates para fora no ataque coritibano. Já na reta final de partida, em um cochilo da defesa, Artur avançou em velocidade e tocou na saída do camisa 1 alviverde, fazendo o gol de honra do Azulão. Para evitar qualquer pressão, aos 45 minutos, Marcos Aurélio fez de falta, coroando a sua atuação no Litoral do estado.

Antes do apito final, Rafinha retardou o reinício de jogo, tomou cartão amarelo, e após uma breve discussão com o árbitro acabou expulso. "Fui perguntar o motivo do amarelo e ele me expulsou, não entendi", resumiu o jogador. A situação negativa, todavia, não atrapalhou a comemoração de todos no Verdão com vitória, recorde e um início de temporada promissor.