Ao final da partida, o zagueiro e capitão Reginaldo Nascimento era a imagem perfeita da torcida coxa-branca. O sangue escorrendo da cabeça representava o esforço feito para tentar salvar o time do rebaixamento. As lágrimas, a tristeza por todo o empenho não ter surtido o efeito esperado.

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"É horrível. Temos de lamentar muito mesmo...", iniciou o discurso Nascimento, até ser interrompido pela própria emoção e ter de recomeçar. "Lamentar profundamente por tudo o que a gente fez de errado. E foi muita coisa", admitiu o jogador com mais tempo de casa 8 anos – todos na Primeira Divisão –, que também era o mais abalado da equipe.

Ele contou que, apesar da queda vertiginosa de produção no segundo turno, o time confiava na permanência na Série A. "Pela qualidade do elenco, tínhamos a certeza de que conseguiríamos evitar o pior. Pena que tudo acabou se tornando irreversível. Buscamos até a última rodada, mas infelizmente já não dependia apenas da gente."

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O goleiro Douglas também foi às lágrimas. Por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando as vitórias de São Caetano e Ponte Preta anunciavam que o Alviverde não escaparia nem mesmo vencendo, ele não se conteve ao ver os coxas-brancas cantando o amor ao time na arquibancada. "Essa torcida não merecia isso", disse o jogador, que teve uma de suas melhores atuações, evitando o gol de empate do Inter com duas defesas muito difíceis.

"A tristeza fica"

Além da torcida, os companheiros de equipe e o técnico Márcio Araújo também foram lembrados. Como nas lamentações do meia-atacante Alcimar, autor do gol da insuficiente vitória de ontem sobre o vice-campeão nacional. "Estamos tristes pelo grupo de jogadores e pelo treinador, que conseguiu nos motivar muito. A vida continua, mas a tristeza fica."