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Velocidade de reação, deslocamento e distância. Os problemas encontrados por Natália Falavigna em seu retorno às competições internacionais de tae kwon do – no US Open de Dallas, no fim de semana – são definidos por ela como falta de ritmo. Mas, fora do tatame, rima muito bem é com falta de patrocínio.

Primeira campeã mundial brasileira na modalidade, após o título a lutadora paranaense acabou ficando dez meses sem colocar o pé fora do Brasil, apenas treinando. O motivo principal: paralelamente ao fim do Mundial da Espanha, em abril de 2005, acabaram também as verbas da Confederação Brasileira de Tae Kwon Do (CBTKD) para o resto do ano passado.

Sem patrocínio que bancasse outros campeonatos internacionas, só agora, com a chegada de um novo ano e outro rateio das verbas do COB, é que Falavigna pôde voltar ao convívio da elite. Por isso, ao retornar ao Brasil, ontem, exibiu com orgulho a medalha de prata, obtida justamente após perder para a inglesa Sarah Stevenson – quem havia derrotado no mundial.

No fundo a comemoração tinha dois motivos. Primeiro, a adaptação depois de tanto tempo parada. "Pude tirar toda aquela adrenalina de muito tempo sem competir, a ansiedade. Deu pra ver que consegui me adaptar fácil. Senti como é lutar de novo", afirmou ontem, por telefone, à Gazeta do Povo.

Segundo, o sentimento de saber que, ao menos até o Pan do Rio, no meio do ano que vem, não deverá enfrentar problema semelhante ao do ano passado. Após desembarcar em São Paulo, reencontrou o técnico Carlos Maranhão e recebeu a notícia de que está praticamente certa a participação da seleção brasileira no Circuito Europeu.

Com isso, Natália ganharia, no mínimo, mais duas competições internacionais em seu calendário: Holanda (18 e 19 de março) e Bélgica (1.º e 2 de abril). Além deles, já estavam planejadas competições na Tailândia, Argentina e Espanha.

Pé atrás

Ressabiada com as reviravoltas características a que esportes amadores estão sujeitos no Brasil, ela ainda não comemora. "Só fico tranqüila quando meu nome estiver lá, na convocação", afirma.

Confirmada a programação, mais um passo para seu grande sonho – conquistar um ouro olímpico – estará dado. Mas o caminho é longo. A luta agora passa a ser por melhores condições. E é aí que volta a questão do patrocínio.

"Precisaria no mínimo poder viajar com o meu treinador e levar um sparring", diz a lutadora, que estima, para isso, um custo anual de R$ 350 mil.

Para quem ainda acha que o tae kown do não dá retorno, Falavigna tem a resposta na ponta da língua. "É uma visão errada. Pois o esporte já está na mídia, há várias matérias, entrevistas a toda hora. Além disso, está crescendo. Só de 2004 para 2005, aumentou 40% o número de meninas praticantes. Agora deve ser ainda mais", diz.

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