A paranaense Natália Falavigna garantiu no último sábado a sua vaga para o Campeonato Mundial de Tae Kwon Do, que será realizado em outubro em Copenhague, na Dinamarca. A medalhista olímpica bateu a jovem Natássia Amaral, de apenas 16 anos, por 7 a 0, em combate realizado no Ginásio do Corinthians, em São Paulo. A luta acabou servindo apenas como protocolo, e pela frente Natália terá desafios bem maiores. A única similaridade dentre todos eles é que o foco está nas Olimpíadas de Londres, em 2012.
"A Natália não participou da seletiva para o Mundial, em março, porque havia operado o pé, então acabou fazendo essa seletiva com uma menina de talento e que está aparecendo agora", disse a técnica de Natália, Lilian Barazetti, à Gazeta do Povo. Esta última luta e a própria conquista da medalha de ouro na Universíade, no início do mês passado na Sérvia, foram realizadas nas regras antigas. A partir do Mundial, o que passa a valer são novas normas, porém a principal mudança é a utilização do colete eletrônico para a pontuação.
"Venho treinando novos golpes, outras sequências de chutes com pontuações maiores. Estou bem neste aspecto, estou me adaptando e sentindo a luta sob as novas regras. Ainda estou aguardando o colete, a Confederação já pediu, então terei algum tempo para treinar antes do Mundial. Já análise alguns vídeos, sinto que estou melhor e com a chegada do equipamento vou poder comprovar se as mudanças que fiz estão dando certo", explicou Natália Falavigna.
Atualmente, a lutadora lidera o ranking mundial na sua categoria (acima de 73 kg) e isto pode ajudá-la já no sorteio das chaves para o Mundial da Dinamarca. Todavia, mesmo indo com chances de título, a atleta nascida em Maringá, mas que treina e vive em Londrina, assegura que todo o trabalho está sendo feito com o pensamento em um grande resultado nos Jogos Olímpicos, dentro de três anos.
"Meu trabalho visa um patamar maior, que são as Olimpíadas. É claro que até lá devo estar bem em algumas competições neste tempo, mas o pensamento está em Londres. Também tenho outras metas a curto prazo como forma de motivação, nunca perdendo o foco nos objetivos a longo prazo. Esta liderança no ranking pode me ajudar, passei por uma situação (em 2005) na qual enfrentei a minha adversária da decisão do Mundial (a britânica Sarah Stevenson) logo de cara. Isto não é bom para quem assiste, para quem compete ou para o próprio esporte. Entrar como cabeça-de-chave é sempre melhor", avaliou.
Junto aos treinos, Natália não esconde a alegria com o projeto que vem tocando em Londrina, em prol do tae kwon do paranaense e nacional. "Estou contente, fechei a equipe e é bom dar todo o respaldo ao investimento da Unopar, a qual já representei na Universíade. Com a paciência deles os resultados vão aparecer, temos vários talentos e vários deles chegarão à seleção brasileira", finalizou a lutadora.