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Roberto Cavalo (em primeiro plano) coloca a mão na cabeça após o gol do Operário: nova derrota em casa acentua a crise do Paraná, que segue sem vencer no campeonato e afundado na última posição | Pedro Serápio / Gazeta do Povo
Roberto Cavalo (em primeiro plano) coloca a mão na cabeça após o gol do Operário: nova derrota em casa acentua a crise do Paraná, que segue sem vencer no campeonato e afundado na última posição| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo

Curitiba

Paraná 1 x 2 Operário

Paraná

Jociel Henrique; Paulo Henrique, Rodrigo Defendi, Borges e Rafael Vaz; Luiz Camar­­go, Serginho, Diego (Marquinhos) e Vinícius (Chimba); Kelvin e Renato (Douglas).

Técnico: Roberto Cavalo

Operário

Ivan; Lisa, João Paulo, Vinícius e Gilson (Allison); Edson Grilo (Lucas), Serginho Paulista (Serginho Catarinense), Cambará e Ceará; Ícaro e Mateus.

Técnico: Amilton Oliveira

Estádio: Vila Capanema. Árbitro: Paulo Roberto Alves Júnior. Gols: Ícaro (O), aos 10/1º, Kelvin (P), aos 22/1º e Cambará (O), aos 44/1º. Amarelos: Diego, Luiz Camargo, Rafael Vaz e Kelvin (P); João Paulo, Ivan, Serginho Paulista, Ceará, Ícaro, Gilson, Lisa e Cambará (O). Vermelho: Lisa (O), aos 40/2º. Público: 1.247 pagantes (1.502 total). Renda: R$ 18.705.

Mordaça

A guerra deflagrada no início da semana entre o técnico Roberto Cavalo e o vice-presidente de futebol, Paulo César Silva, teve desdobramentos ontem durante a partida diante do Operário. O clima ficou tão pesado no Paraná que foi decidido internamente que ninguém falaria com a imprensa, nem jogadores, diretores ou mesmo o treinador. A mordaça valeu durante o intervalo e também no final da partida, quando todos foram rapidamente para os vestiários.

"Saudações alvinegras para a 4ª força do futebol de Curitiba." Foram com esses dizeres em um cartaz que a torcida do Operário definiu o Paraná na noite de on­­tem na Vila Capanema. Ape­­sar de pesado e triste, os paranistas tiveram exatamente essa sensação durante os 90 minutos da derrota para o time de Ponta Grossa por 2 a 1.

Nem mesmo toda a esperança depositada no retorno de Kel­­vin foi suficiente para o Tricolor impedir a sexta derrota na competição e escapar da lanterna do Paranaense. Discreto, o jovem que só voltou a treinar na semana passada, até que tentou. Che­­gou a marcar o gol de honra, mas esteve muito abaixo do jogador que a torcida estava ansiosa para ver.

Como justificativa para mais essa derrota, o técnico Roberto Cavalo, que continua na corda bamba (pelo menos oficialmente), citou a escassez de (bons) jogadores. "Fomos para o jogo com o que tínhamos. O nosso plantel é o que vocês estão vendo. Se não tivesse o Serginho, o Rafael Vaz e o Chimba, teríamos só três jogadores no banco. Isso não existe", desabafou o treinador, lembrando que a diretoria – leia-se o vice de fu­­tebol e desafeto declarado do técnico, Paulo César Silva – havia dispensado durante a semana os atletas citados.

Apesar do momento, Cavalo ainda acredita que o Paraná pode dar a volta por cima. Po­­rém, de acordo com ele, é preciso voltar ao mercado. "Eu vejo que tem um futuro melhor, mas tem que vir contratações, e para ontem. Se contratarmos mais uns quatro, o time vai en­­caixar", ressaltou, repetindo o discurso que vem usado constantemente.

Só que o treinador pode não ter tempo para ver a equipe mudar. Com pedidos de saída por parte da torcida, fica na mão do presidente Aquilino Romani a continuidade de Cavalo – o dirigente evitou os microfones ontem. De qualquer forma, ele não desiste. "Estou preocupado e muito triste. Fazer parte dessa história negativa dói muito. Não jogo a toalha, mas se for minha culpa, a diretoria pode tomar a decisão. Só que ser dispensado na véspera do jogo por um dirigente me chateia", completou, em referência à polêmica que travou com Silva durante o início da semana.

O Operário, que não tem nada a ver com a crise tricolor, saiu de campo satisfeito com mais uma vitória fora de casa. "Tivemos tranquilidade para buscar o resultado", comentou o lateral-direito Lisa.

* * * * *

O jogo

O Paraná perdeu um pênalti logo no início com Renato e, na sequência, o Operário abriu o placar com Ícaro. Em uma jogada isolada, Kelvin tabelou com Diego e tocou na saída do goleiro, empatando. Superior no jogo, o Fantasma chegou ao segundo gol ainda na primeira etapa com Ícaro. No segundo tempo, o time visitante continuou melhor e o Tricolor não conseguiu chegar à igualdade.

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