Arquibancada
Distância não impede apoio de torcedores
Fidelidade era a palavra entre eles. A distância não importa: o que vale é estar ao lado do Coritiba. "Viria até sozinho se não tivesse carona", contava o técnico em informática Paulo Silva. Ele e mais dois amigos deixaram Curitiba antes das 18 horas "Saí do serviço um pouco mais cedo" para não perder o primeiro jogo do Coxa no exílio. Encontraram poucos e animados torcedores (2.380 pagantes). Alguns da região.
"Saí de Curitiba faz seis anos, meu carro é cheio de adesivos do Coxa", disse o operador de áudio Anderson Borges, que mora em Joinville. Para ele, foi um presente ver o time jogar na porta de casa depois de tanto tempo. Francisco da Silva, comerciário, não teve a mesma sorte, mas também não reclamou tanto, já que mora em Jaraguá do Sul (a 50 km de distância): "Sai mais barato e é mais perto que ir ao Couto". Se havia o apoio de alguns moradores, a mídia deixou o Alviverde de lado. Nenhuma rádio local transmitiu o jogo.
Joinville aos poucos foi ganhando a presença dos coxas, que brincavam com uma pichação no muro da Arena: "A Série C é obrigação", um protesto da torcida do JEC, o real dono da casa. "Quando a gente acha que está ruim e vê isso, percebe que tem coisa pior", ria o empresário coritibano Rodrigo Papov.
Coritiba 1 X América-MG 1
Os nervos estiveram à flor da pele na estreia do Coritiba no exílio em Joinville. A ponto de comprometer o resultado, que acabou sendo um justo empate por 1 a 1 com o América-MG, pela segunda rodada da Série B. Um jogo, aliás, que teve todos os requintes da Segunda Divisão. Nas palavras do técnico adversário, Mauro Fernandes, "o Coritiba veio para uma guerra". O capitão coxa-branca Jéci resumiu: "Eu saio satisfeito com o espírito aguerrido da equipe, não com o resultado".
E que ninguém reclame do apoio da torcida. Cerca de três mil pessoas, abaixo da expectativa, mas mesmo assim um número considerado bom, empurraram o time. A característica de alçapão da Arena Joinville fez com que as vozes se multiplicassem. O Coxa pôde se sentir em casa, mas não conseguia bons arremates, pecando na pontaria. O Coelho apenas se defendia e o gol era questão de tempo. Até que aos 20, Ariel chutou de fora da área e Flávio, ex-Atlético e Paraná, fez excelente defesa. No rebote, Marcos Paulo cruzou para Rafinha, que fez 1 a 0 Coxa.
Rafinha tinha tudo para ser o herói da noite. Mas perdeu a cabeça. Depois de uma dividida, ele agrediu Leandro Ferreira e acabou expulso, deixando o Coxa com um a menos em campo. A arbitragem também entrou no nervosismo, invertendo lances e exagerando nos amarelos. O jogo esquentou após a expulsão. No final do primeiro tempo, o juiz acabou a partida antes de uma cobrança de falta do América. Na jogada, o lateral-direito Fabinho Capixaba disse ter sido agredido.
"Esse time de m..., fdp!", disparou um nervoso Capixaba. "O Fabinho (Capixaba) levou uma cotovelada, ele não deu um pênalti no Ariel", reclamou Ney Franco.
Com um a mais, o América voltou mandando no jogo, para a agonia coxa. Foram 19 minutos até Irênio bater falta com força e Jandson desviar para dentro: 1 a 1.
O time mineiro esteve a pique de virar o marcador, mas esbarrou em Edson Bastos. Ney Franco então apostou no garoto Dudu, recém-chegado do Cruzeiro. Se houve algo de positivo no empate em Santa Catarina, foi a estreia do menino, que mudou a cara do Coritiba. Mas foi pouco. Apesar da pressão no fim, 1 a 1 no placar e empate em casa. "Agora é pensar na Portuguesa", disse Dudu. E colocar a cabeça no lugar.
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Veja a ficha técnica do jogo Coritiba 1 X 1 América-MG:
Em Joinville
Coritiba
Edson Bastos; Jéci, Demerson e Lucas Mendes; Fabinho Capixaba (Ângelo), Marcos Paulo, Leandro Donizete, Rafinha e Triguinho (Dudu); Jefferson e Ariel (Bill).
Técnico: Ney Franco.
América-MG
Flávio; Danilo, Gabriel, Otávio e Preto (Tiago Silvy); Leandro Ferreira (Jandson), Dudu, Irênio e Rodrigo; Laércio (Neto Maranhão) e Fábio Júnior.
Técnico: Mauro Fernandes.
Estádio: Arena Joinville. Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO). Auxs.: João Patrício de Araújo e Marco Antônio de Mello Moreira (GO). Amarelos: Leandro Donizete (C), Danilo, Preto, Dudu, Fábio Júnior, Otávio, Laércio e Irênio (A). Vermelhos: Rafinha (C). Gols: Rafinha (C) aos 20/1º; Jandson (A) aos 19/2º. Público: 2.380 pagantes (3.061 total). Renda: R$ 32.550,00
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