Responsável pela classificação do futebol masculino do Brasil aos Jogos Olímpicos de Londres, o técnico Ney Franco quer prioridade à seleção olímpica no primeiro semestre de 2012, apesar da crítica pública de personalidades do esporte, como o veterano Zagallo, que apontam atraso na formação do time para a disputa da Copa do Mundo de 2014.
Para o treinador, a CBF deve negociar com os clubes para liberar os jogadores com maior antecedência e, assim, aumentar o tempo de preparação para a Olimpíada. "Para qualquer competição, é preciso definir o tempo de treinamento para a seleção. Existe um momento em que é preciso privilegiar a preparação para determinada seleção. E é necessário um consenso com os clubes, que acabam cedendo os atletas", afirma.
Apesar do pedido, Ney Franco admite que ainda não sabe se será o treinador da equipe durante os Jogos Olímpicos. "No atual momento, o meu papel está indefinido. Mas já está tudo sendo encaminhado para que eu possa me juntar ao Mano Menezes. Já estou me colocando à disposição dele para fazer parte da comissão, mas ainda não fui informado de que maneira".
Para o treinador, a queda precoce nos Jogos Pan-Americanos não reduz o seu prestígio na CBF. "Quando classificamos o time para a Olimpíada, nosso grupo teve um bom tempo para se preparar [40 dias], assim como no Sul-Americano. Já no Pan, ficamos impossibilitados de convocar os jogadores que queríamos por conta da fase final do Brasileiro. Naquela ocasião, não chamamos os nossos melhores jogadores. Além disso, o tempo de treinamento para a competição foi extremamente reduzido [cerca de 12 dias]", argumenta.
Em relação ao futuro, Ney Franco concorda com as observações de Zagallo, para quem o Brasil está atrasado na reformulação do time para 2014, e acredita que a atual seleção Sub-20, campeã mundial em agosto, só deverá brilhar na equipe principal na Copa de 2018. "Acho que, em 2018, essa geração sub-20 estará no auge. Jogadores com 27, 28 anos costumam dar grande retorno dentro de campo. Ate lá, eles vão adquirir de forma natural a experiência, que também faz diferença dentro do campo".