O quinto clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro na temporada 2007 só poderia ter sido mesmo um jogaço. Melhor para a Raposa, que depois de estar vencendo por dois gols de diferença e sofrer a virada do Galo, voltou à frente no placar e fechou o jogo em 4 a 3, com grande atuação do jovem atacante Guilherme e boa reaparição de Marinho, pelo Galo. Nem os dois pênaltis polêmicos e a entrada violenta de Coelho em Kerlon tiraram o brilho do clássico mineiro, que entra para a lista das melhores partidas do Brasileirão 2007.
Com o resultado, a Raposa se mantém em segundo lugar, agora com 48 pontos, a nove do líder, o São Paulo. O Galo segue com 32, se aproximando da zona de rebaixamento.
O próximo compromisso do Atlético é contra o Internacional, no domingo, dia 23, no Mineirão. Um dia antes, o Cruzeiro enfrenta o Vasco, em São Januário.
Desfalques e surpresas
As equipes entraram em campo com algumas ausências e novidades. Do lado azul, a volta do técnico Dorival Júnior e o desfalque do atacante Alecsandro, por causa de dores no tornozelo direito. No Alvinegro, o capitão Marcos ficou fora, deixando a braçadeira com o jovem Leandro Almeida. Além disso, o volante Thiago Carpini, o meia Marcinho e o atacante Marinho ganharam a confiança do técnico Emerson Leão para jogar o clássico com as camisas 5, 10 e 9.
Danilinho assustou logo no primeiro minuto, chutando rente ao travessão celeste. Do outro lado, o estreante em clássicos Mariano usava e abusava de ir à linha de fundo. Mas foi por causa de uma falha de marcação do Galo que a Raposa abriu o placar. Aos 11 minutos, Roni recebeu de Fernandinho pela esquerda, sozinho, avançou e, em vez de cruzar, bateu forte. A bola ainda desviou em Vinícius antes de balançar as redes.
Aos 23, um lance polêmico: Maicosuel driblou Leandro Almeida duas vezes e, ao entrar na área, levou uma trombada do novo capitão alvinegro, só que ainda fora da área. O árbitro Evandro Rogério Roman apitou pênalti. Roni bateu no canto esquerdo de Edson, marcando o seu nono gol no Brasileirão, igualando a marca de Alecsandro.
Reação alvinegra
Mas o Galo estava vivo. Aos 30, em uma cobrança de falta, Coelho encheu o pé e mandou um torpedo para Fábio defender. A bola bateu na trave esquerda e sobrou para Gérson, livre, tocar para o gol, diminuindo o placar. E, logo depois, Leandro Almeida escorou um escanteio de cabeça, perdendo uma chance incrível de empatar o jogo.
Porém, o atacante Marinho, que ficou nove meses afastado dos gramados, não desperdiçou e desencantou. Aos 37, após corner cobrado por Coelho, o artilheiro do Galo no ano passado testou no primeiro pau, empatando o jogo, e marcando o seu primeiro gol na competição, para delírio da torcida alvinegra no Mineirão. O Galo passou a dominar o jogo e, aos 40, o lateral-direito atleticano quase virou o jogo em mais uma cobrança de falta.
História diferente do turno
Na saída para o intervalo, os jogadores dos dois times lembraram do clássico do turno, quando o Cruzeiro abriu 2 a 0, permitiu o empate mas fez dois gols nos minutos finais. Por isso, o jogo recomeçou na etapa final com a mesma temperatura: fervendo. Aos quatro minutos, Roni perdeu uma boa chance de desempatar ao cabecear uma falta cobrada por Fernandinho na área.
Aos 11, mais um pênalti polêmico: em contra-ataque fulminante de Marcinho, ao passar pelo goleiro Fábio, o meia alvinegro tropeçou no camisa 1 do Cruzeiro, e o árbitro apitou. Marinho bateu com categoria, virando o placar.
O técnico Dorival Júnior fez duas alterações: tirou Wagner e Moreno e os trocou por Kerlon e Guilherme, que, logo em seu primeiro lance, disse a que veio. Aos 16, arriscou de fora da área, mandando rasteirinha no canto de Edson, empatando o jogo.
A equipe celeste melhorou, e nem o cansaço dos demais jogadores em campo fez com que o ritmo do jogo diminuísse. Aos 26, Fábio fez boa defesa em chute de Marcinho. E Roni quase marcou mais um em bom chute pela direita. Aos 32, mais uma vez, Guilherme fez a diferença. Depois de chute forte de Roni, Edson defendeu nos pés do jovem atacante, que só tocou para o gol, virando o jogo, agora para a Raposa.
Foquinha entra em ação
O "foquinha" Kerlon, que até então vinha sendo coadjuvante da mudança do Cruzeiro, começou a aparecer. Aos 34, ele quase marcou o quarto gol celeste, em um rebote. E, aos 36, ao tentar entrar na área com a famosa jogada dominando a bola com a cabeça, recebeu uma entrada violenta de Coelho. Após tumulto e empurrões entre os jogadores, o lateral alvinegro foi expulso. O garoto ainda perdeu mais duas oportunidades de deixar a sua marca no jogo. E o Galo, vivo até o fim, quase empatou, mas Thiago Feltri estava impedido.