Repercussão
Uma vitória com raça e muita determinação era o que o técnico do Paraná Pintado precisava para destacar os pontos fortes da sua equipe logo na estréia o treinador no comando paranista. Diante do Cruzeiro, o resultado fez o comandante tricolor assegurar que a equipe irá sim lutar pelo título brasileiro.
Leia a entrevista completa com o treinador tricolor_____________________________
Josiel, artilheiro do Brasileirão: "Eu acabei ajudando diretamente, mas toda equipe lutou com vontade e determinação. Não foi só nesses 90 minutos que a gente trabalhou, a vitória é fruto de um trabalho de quatro meses. A gente formou um grupo muito forte, sem grandes estrelas, mas com muita determinação e vontade".
Na base da raça e da determinação, o Paraná foi até Belo Horizonte, ficou duas vezes atrás no placar, mas jogou muito para vencer o Cruzeiro no Estádio Mineirão por 4 a 3. O time teve de lutar contra a chuva, a torcida da Raposa, e o revés de ter atuado com um a menos na maior parte do segundo tempo. A equipe é a única com 100% de aproveitamento após três rodadas.
Em dois períodos distintos dentro da partida, o Tricolor saiu atrás, virou o marcador, tomou nova virada, para então ir buscar dois gols com dois atletas vindos do banco: Vandinho, que estreou muito bem com a camisa paranista, e Everton, prata-da-casa que infernizou a defesa cruzeirense. Na estréia do técnico Pintado no comando, ambos demonstraram condições de disputar a titularidade.
A trave também foi uma fiel escudeira do Paraná, já que o Cruzeiro mandou nada menos do que quatro bolas nas traves do goleiro Flávio, outro destaque individual do lado tricolor. Na frente, Josiel estava apagado, porém mostrou faro de gol na hora certa e deixou a sua marca duas vezes, se isolando na artilharia do Brasileirão com cinco gols.
Na próxima rodada, o líder Paraná recebe o São Paulo na Vila Capanema no domingo (3), às 18h10. Já o Cruzeiro, 18º colocado, vai até a capital paulista enfrentar o Palmeiras.
Bomba de Joélson safa o Paraná no 1.º tempo
A forte chuva que caiu em Belo Horizonte não alterou o esperado equilíbrio entre as equipes quando a bola rolou no Mineirão. Em um jogo franco e aberto, com ambos os times tendo motivos para buscar os três pontos (o Cruzeiro vivendo uma crise, sem ter vencido em dois jogos, e o Tricolor, buscando o terceiro triunfo em três jogos), os erros de passe também dificultavam os setores ofensivos de mineiros e paranaenses.
Mas como mandante, a Raposa procurou tomar a iniciativa, chegando com perigo logo nos primeiros minutos. Mas os paranistas buscavam responder em seguida, com contra-ataques puxados por Vinícius Pacheco e Joélson. Contudo, o equilíbrio logo seria abalado pelo excesso de preciosismo dos jogadores de defesa do Paraná.
O volante e capitão Beto, voltando de contusão, foi muito mal, porque além de errar muitos passes, não conseguia marcar ninguém. No trio de zagueiros, Daniel Marques e Toninho também insistiam em trocar muitos passes em situações adversas, dando oportunidades de roubadas de bola por parte do ataque do Cruzeiro.
Em duas jogadas, aproveitando-se dos erros paranistas, a Raposa por pouco não marcou duas vezes. Em ambas as situações, a bola explodiu na trave de Flávio. Mas no terceiro deslize, foi mortal. Araújo bateu cruzado, Flávio deu rebote, e Guilherme abriu o placar. Quando a derrota no primeiro tempo parecia inevitável, Joélson, até então apagado, mandou um chute muito forte de longe, em cobrança de falta. A bola surpreendeu o goleiro Lauro e foi morrer no fundo das redes do Cruzeiro.
Viradas e cinco gols deixam os 45 minutos finais eletrizantes
Como apenas a vitória interessava, os donos da casa voltaram para a etapa final determinados a buscar a vantagem novamente. O quadro do primeiro tempo seguiu inalterado, com os paranistas errando muitos passes quando não podiam. Em jogada displicente, Toninho errou na saída de bola, puxou o jogador do Cruzeiro e acabou expulso já que era um lance iminente de gol.
Mesmo com um a menos, três minutos depois, Vinícius Pacheco fez ótima jogada e cruzou para Josiel. Até o momento sem grandes chances, o avante mais uma vez mostrou oportunismo e em um movimento acrobático, virou para o Tricolor. Logo sem seguida, a entrada de mais um atacante na Raposa abriu ainda mais a partida.
O Cruzeiro passou a jogar com inteligência, aproveitando a formação defensiva bastante perdida do Paraná, e sempre utilizando os lançamentos. Em um deles, Rômulo empatou, para virar em seguida com Guilherme. Faltavam 15 minutos para o fim do jogo, a torcida mineira fazia a festa, na partida que marcaria as pazes entre time e torcedores.
Coube ao técnico Pintado estragar os planos do Cruzeiro, colocando o estreante Vandinho e o meia Everton. Com jogadas de ambos, Josiel e o próprio Everton marcaram dois gols em dois minutos, para mudar completamente o panorama. As bolas na trave continuaram a explodir no gol de Flávio, mas no final, a boa e velha tática dos boleiros na qual "bola pro mato que o jogo é de campeonato" prevaleceu até o apito do árbitro.