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Quase sempre, um time campeão tem um grande nome do meio-de-campo para frente. Pode ser um camisa 10 que desequilibrou durante o campeonato com o seu talento ou um centroavante que cansou de balançar as redes adversárias e terminou como o artilheiro do torneio. Raramente o destaque está do meio para trás. O São Paulo, pentacampeão brasileiro de 2007, é uma dessas exceções da regra. No Tricolor, a frase "o melhor ataque é a defesa" encaixa como uma luva.

Até o time conquistar o título, apenas 13 bolas tiram superado a zaga são-paulina, que já figura, em termos de números, como uma das melhores da história do Campeonato Brasileiro – a mais eficiente ainda é a do Palmeiras, em 1973, com 13 gols sofridos em 40 partidas (média de 0,325 por jogo).

Só que no São Paulo de Muricy Ramalho, o técnico, falar de defesa não é falar apenas de Rogério Ceni e dos três excelentes zagueiros – Breno, Miranda e Alex Silva –, que jogam à sua frente. No Tricolor, quando o assunto melhor defesa é abordado, o discurso é sempre igual e alguém solta a mesma e já batida frase "a nossa defesa é boa porque a marcação começa lá na frente e envolve o time inteiro". Discurso ensaiado? Pode até ser, mas é a pura verdade. No Tricolor, marcar é obrigação de todos.

No ataque, Aloísio dá carrinho, Dagoberto corre atrás de zagueiro... Quando o adversário chega ao meio-campo, Richarlyson e Hernanes vão para cima. Se, ainda assim, ele passar, o bloqueio triplo de zagueiros dá o último bote. Caso o rival ainda tente uma última cartada, lá está Rogério Ceni para fazer os seus milagres.

Ceni ficou 988 minutos sem tomar gol

O camisa 1 do São Paulo passou mais de um mês sem sofrer gol neste Brasileirão. Ele ficou de 2 de agosto a 15 de setembro sem saber o que era ir buscar uma bola na rede. Os 988 minutos de invencibilidade quase bateram o recorde de Jairo, ex-goleiro do Coritiba e do Corinthians, que registrou 1132 minutos no campeonato de 1978.

Mas Ceni, grande ícone do título do ano passado, agora divide a cena com Breno, Miranda e Alex Silva.

Com 18 anos e recém-promovido do time de juniores, Breno não se intimidou com a responsabilidade e não demorou muito para virar titular absoluto. Candidato a principal revelação deste Brasileirão, é a última surpresa da base são-paulina, pródiga em revelar talentos tipo exportação. Os outros dois zagueiros já estavam no time do ano passado, mas só agora alcançaram o lugar que merecem. Os dois demoraram a sair da sombra de Fabão e Lugano.

Alex Silva chegou ainda como uma promessa e só conhecido como irmão mais novo de Luisão, do Benfica (POR). Miranda, que pouco tinha aparecido no Coritiba antes de ir para o Sochaux (FRA), voltou ao Brasil praticamente anônimo, anunciado como "João" Miranda. No final de 2007, nem Alex é mais só o irmão de Luisão e nem Miranda é apenas mais um João. São jogadores campeões brasileiros e são jogadores de seleção brasileira. No jogo do título, diante do América-RN, André Dias foi titular, já que Alex Silva, machucado, era desfalque.

Num time campeão, com os astros do meio-campo para trás, será que o torcedor são-paulino ainda sabe quem é o camisa 10 ou o artilheiro na competição? O 10 é o ala Souza e os goleadores são Dagoberto e Borges...

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