Expressões como "ginga", "malícia", "ousadia" e "improviso" já caracterizaram, precisamente, os melhores atributos tanto de passistas e ritmistas, quanto de jogadores de futebol brasileiros. Não definem mais os esportistas.
"Sempre fomos conhecidos pelo estilo carnavalesco. Improvisação, chapéu, drible, efeitos especiais que o carnaval também é rico. O futebol era festa e, ainda, eficiente para os resultados. Mas ficamos pouco festivos", analisa Tostão, campeão pela Seleção na Copa de 1970, no México.
1982 foi o ano que sepultou, definitivamente, a fantasia. Por causa do trauma vivido no Mundial da Espanha, com a eliminação da equipe dirigida por Telê Santana, reconhecida por recuperar o futebol-arte. Desde então, o Brasil se afastou do estilo consagrado em três títulos mundiais (1958, 62 e 70).
"A imagem que ficou daquela seleção foi de que o estilo não servia, por não ter conquistado a taça. O que é um absurdo. A partir dali, perdemos a irreverência", analisa Edinho Nazareth, zagueiro reserva do escrete de Telê e comentarista do SporTV.
A negação da identidade carnavalesca do futebol canarinho se alastrou ao longo dos anos 80 e contaminou o esporte já na formação dos atletas. O vexame do quarto lugar no Sul-Americano Sub-20, neste mês, apenas reforça o cenário. Para Alexandre Gallo, técnico da seleção, o Brasil só sobreviveria na disputa se adotasse o "jogo físico".
"Fiquei impressionado com a declaração do Gallo. Logo ele, o responsável pela formação dos nossos atletas. Já com os garotos estão sufocando o toque de bola, a inventividade", comenta Edinho.
Em sentido contrário, outros países Alemanha e Espanha à frente entenderam a importância do aperfeiçoamento técnico, e tiraram vantagem da globalização do esporte.
"Nossa marca ficou conhecida com os títulos mundiais e foi copiada. Nós fizemos o contrário, buscamos o estilo europeu, da disciplina tática, e deixamos de lado a nossa vantagem", aponta Tostão.
Desorientação que provocou o mais grave revés brasileiro: o 7 a 1 para a Alemanha, na Copa de 2014. "Eles são mais organizados que nós. Entendem melhor a importância do futebol compactado, trabalham com isso há mais tempo. E cresceram tecnicamente. Nós estamos engatinhando taticamente e pioramos na parte técnica", avalia o ex-jogador Mário Sérgio, comentarista da Fox Sports.
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