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O Londrina – único dos tradicionais clubes do interior a não fechar as portas ou mudar de nome e camisa – trava uma batalha diária para se manter vivo.

Com uma dívida estimada em R$ 3,5 milhões, o Tubarão sofre hoje com a intervenção da Justiça. Também está longe de encontrar verba suficiente para montar um time competitivo. E ainda depende dos campeonatos criados pela Federação para se programar ao longo do ano.

Os reflexos da crise são constatados no desempenho do time em 2006 – 48 jogos, 16 vitórias, 12 empates e 20 derrotas. Foi sexto lugar no Estadual, fracassou no Torneio de Acesso (jogou apenas pelo calendário e não chegou sequer às semifinais) e antepenúltimo na Copa dos 100 anos – à frente apenas dos suplentes de Coritiba e Paraná.

Há quase três meses, o contador Rubens Moretti acabou designado pelo juiz da 6.ª Vara do Trabalho para administrar as finanças do Alviceleste. O diagnóstico inicial do interventor reforça o processo de insolvência. "A dívida, na verdade, é impagável", diz.

Ele ainda se mostra atordoado com os frutos deixados pelas administrações passadas. "Para se ter uma idéia, o balanço de 2005 está irregular. Chama a atenção ainda a perda de ações trabalhistas por falta de defesa (revelia, como se diz no meio jurídico)", explica.

Mas Moretti tem fé. "Estou em fase de coleta judicial, não sabemos qual o valor certo das pendências. Depois de descobrirmos o montante exato do rombo, iremos conversar com cada credor e aí tentar acordos."

Com a falta de patrimônio (a sede social já foi em parte penhorada), os patrocínios viram a única receita para o futebol londrinense seguir adiante. A Sercomtel, empresa municipal de telefonia, segue como principal parceira. Segundo o presidente londrinense, o empresário Peter Silva, o custo mensal do clube será de R$ 120 mil. A folha de pagamento acolhe 1/3 desse montante.

A situação também não faz passar impune as categorias de base, na qual o fechou-se uma sociedade com o Grupo Massa, do empresário Carlos Massa, o Ratinho. Na Copa São Paulo, por exemplo, dos 22 atletas inscritos 11, sem contar o técnico, pertencem ao clube curitibano Astral – terceiro envolvido nesta parceria.

Sem possuir ainda a garantia de jogar a Série C, o que atenuaria o drama dentro de campo, a equipe do Norte agoniza ainda mais para sair do vermelho. Conta hoje com apenas 13 atletas no elenco (quatro deles são goleiros). Roberto Fonseca, treinador contratado na quarta-feira, já sabe que terá apenas poucos reforços e muitos garotos dos juniores.

O técnico, a pouco menos de um mês da estréia no Estadual, contra a Lusa, dia 14/1, foi realista com o torcedor. "Quando você está no fundo do poço, a única coisa que lhe resta é sair. Não tem mais para onde ir."

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