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 | Tamas Kovacs/AFP
| Foto: Tamas Kovacs/AFP

18 anos

A idade de Henry Sur­­tees, filho do bicampeão mundial de Fórmula 1 John Surtees. Henry mor­­reu no dia 19 de julho, na etapa de Brands Hatch da Fórmula 2 inglesa. Foi atingido na cabeça por um pneu que se soltou do carro de outro piloto.

A nossa retrospectiva

Fim de ano traz o obrigatório ritual da reflexão e da projeção. Reflexão sobre tudo o que foi feito nos 12 meses anteriores. Projeção daquilo que pode melhorar nos 12 seguintes. É seguindo essa lógica que a Gazeta do Povo Esportiva de hoje foi concebida. Uma edição especial, com o melhor e o pior de um ano de trabalho duro para quem cobre esporte.

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Felipe Massa percorria a pequena reta entre as curvas 3 e 4, do circuito de Hungaroring, reduzindo de 300 km/h para 200 km/h. No sentido oposto, uma mola de 1 kg e medindo 10 cm x 5 cm, que havia se soltado do carro de Rubens Barrichello. O choque entre piloto e objeto "apagou" instantaneamente o brasileiro da Ferrari. Com um pé cravado no acelerador e outro no freio, chocou-se violentamente contra a proteção de pneus. Levado ao hospital, chegou a cogitar-se risco de morte. No fim, além do susto, um corte de 8 cm acima do olho esquerdo, uma pequena cirurgia plástica e o fim precoce de uma temporada em que a Ferrari só deu vexame. (Foto 1)

Crime imperfeito - 28% (foto 2)

Enquanto preocupava-se com o estado de saúde de Felipe Massa, a Fórmula 1 começava a descobrir o maior escândalo da sua história. Um dia após o GP da Hungria, o último do filho Nelsinho pela Renault, o tricampeão Nelson Piquet procurou Max Mosley, presidente da FIA. Queria revelar uma farsa protagonizada pelo filho, no GP de Cingapura de 2008. Para manter o emprego, Nelsinho acatou a ordem do chefe de equipe Flavio Briatore e do diretor-técnico Pat Symonds para provocar um acidente e beneficiar Fernando Alonso. O "crime perfeito" funcionou – o espanhol venceu – até o brasileiro ser rifado no time francês. Dados da telemetria e de conversas de rádio durante a prova comprovaram a armação. Em um sistema similar à delação premiada, Nelsinho escapou de punição. A mesma sorte não tiveram seus comparsas. Symonds pegou cinco anos de suspensão e Briatore foi banido do automobilismo.

Quanto vale um dólar? - 26% (foto 3)

Ross Brawn fez o melhor negócio de 2009. Em fevereiro, pagou simbólico US$ 1 para assumir o espólio da Honda, a quem deu seu próprio nome. Em novembro, vendeu a equipe, então campeã mundial, para a Mercedes, por US$ 30 milhões. Ressuscitou ainda dois pilotos desenganados pela F1. Muito em função do difusor duplo, uma invenção de Brawn, Jenson Button venceu seis corridas em sete etapas. Depois, só administrou. Para Rubens Barrichello, o milagre foi similar. Aposentado pelo mundo das pistas, o brasileiro não só conseguiu um cockpit como ganhou corridas, sonhou com o título, arrumou mais dois anos de contrato. Tudo começou com US$ 1.

Homem-Aranha - 5% (foto 4)

Típica história que Hollywood adora. Celebridade nos EUA pelas conquistas nas pistas, Hélio Castro Neves viu tudo ruir ao ser acusado de sonegação fiscal. Foi preso, perdeu seu emprego na Penske. Correu risco de perder a liberdade, a fama, a fortuna e o respeito. Absolvido pela Corte da Flórida, voltou à Penske para se tornar o primeiro não americano tricampeão das 500 Milhas de Indianápolis. Em janeiro, nasce seu primeiro filho.

Derrapada - 4% (foto 5)

Por duas semanas, o mundo da Fórmula 1 sonhou com o retorno do seu maior campeão. Michael Schumacher chegou a ser anunciado pela Ferrari como substituto do enfermo Felipe Massa. Chegou a testar um modelo antigo da escuderia, mas desistiu da ideia. Alegou dores no pescoço, sequela de um acidente de moto no início do ano (esse mostrado na foto). Deu margem para especulações de que temia padecer na carroça projetada pela escuderia italiana. No fim do ano, a esperança de ver Schumi no grid ressurgiu, com o acerto para correr pela Mercedes em 2010.

O último a sair... - 2% (foto 6)

... Apaga a luz. Responsáveis por transformar a Fórmula 1 em business, as montadoras baixaram a porta de suas garagens e saíram de fininho da categoria, atordoadas com a crise econômica. A Honda puxou a fila em janeiro. Durante a temporada, a BMW anunciou que deixaria os talentosos Robert Kubica e Nick Heidfeld a pé para 2010. Encerrado o campeonato, a Toyota estancou um dos maiores investimentos da categoria, e chorou. Abalada pela armação de Cingapura, a Renault cogitou tomar o mesmo caminho. Mudou de ideia, mas nem tanto. Vendeu ações da sua equipe, que da fábrica francesa agora só carrega o nome e as punições impostas pela FIA. Na contramão, a Mercedes adquiriu a Brawn e contratou o heptacampeão Michael Schumacher. Tudo muito bonito. Resta saber se resistirá à primeira crise.

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