Curitiba é uma espécie de spa para o campeão olímpico de vôlêi de praia Emanuel. Voltar à terra natal é a única maneira que o atleta encontra de se desligar um pouco da pressão pela seqüência de competições que encara anualemente. A capital paranaense é, em suas palavras, o antiestresse de sua vida.
"É aqui que eu recarrego minhas baterias para as grandes batalhas", afirma.
Por isso, sempre que os torneios dão uma folga, Emanuel desembarca em Curitiba e volta a ser "Mano" ou "Espeto", como era conhecido na adolescência. Vai à Arena ver o time do coração, o Atlético (acompanhou de perto a vitória por 3 a 1 sobre o São Caetano), fica com a família e se encontra com os amigos para jogar conversa fora.
Ontem, contudo, foi além. Reuniu a turma e trocou as lembranças nostálgicas pela realidade. Na abertura da quarta edição do Torneio Internacional de Vôlei, realizado pelo Círculo Militar, ele e os amigos venceram por 2 a 1 a seleção da competição.
Para o pessoal da antiga, no entanto, o resultado foi o que menos importou. Quem reviu o grupo dentro da quadra não enxergava uma turma de trintões, mas os garotos que tanto aprontaram na adolescência, nos idos dos anos 80.
"Quando o Emanuel jogava no Colorado, era tão pequeno e magro que tinha de dobrar o uniforme no corpo para não cair. Parecia contrabando de shopping", lembra, rindo, Pedro Paulo Hesketh, 52 anos, o técnico de todos em alguma época da vida e ontem, no amistoso. Curiosamente, a melhor história que lembra daquela época é de quando já não era o técnico da maioria dos garotos.
Foi em Maringá, em um campeonato no qual o time do Curitibano era amplo favorito, e por isso a garotada resolveu sair à noite para dançar. Mas Emanuel e cia tinham de voltar até uma hora da madrugada, pois depois disso os alojamentos seriam fechados. Claro que se atrasaram e tiveram de ficar na rua até às 5h30.
"Quando abriu, todos estavam correndo, fingindo que estavam treinado para não levar bronca", completa Pedrão.
Histórias como essa formaram a conversa do grupo antes da partida, no vestiário. Quando Daniel Pazzelo chegou ao Círculo Militar, por exemplo, como nos velhos tempos estava quase três horas atrasado do horário combinado. E por isso foi obrigado por Emanuel a contar como foi que, na 7.ª série, havia arrancado a unha do campeão olímpico.
"Nós estávamos jogando sementes da arquibancada quando uma caiu no chão e ele foi pegar com a mão. Fui junto com o pé e acabei pisando em cima. Quando ele tirou a mão, a unha estava caindo. Fomos jogar depois e a cada ponto do Emanuel ele ficava me xingando", lembra o, hoje, ginecologista.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Deixe sua opinião