Os empréstimos para a reforma da Arena da Baixada fizeram disparar o endividamento do Atlético. O balanço patrimonial de 2014, publicado nesta terça-feira (28), indica que a dívida do clube passou de R$ 210,6 milhões para R$ 277,1 milhões. Considerando somente os compromissos de curto prazo – a vencer no ano corrente –, o montante mais que dobrou: de R$ 64,2 milhões para R$ 130,5 milhões.
O balanço detalha as principais fontes deste endividamento. São R$ 240,1 milhões em empréstimos assumidos em nome da CAP S/A, gestora da obra do estádio, divididos em três repasses do Fundo do Desenvolvimento do Estado (FDE). Os créditos com vencimento até 31 de dezembro de 2015 somam R$ 64,3 milhões.
Como é o beneficiário dos empréstimos, o Atlético transpôs o valor integral de todos no balanço. Na prática, porém, a responsabilidade do pagamento é dividida com prefeitura de Curitiba e governo do Paraná.
Para o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, o aumento assusta, mas é compreensível diante do tamanho da obra. Como compensação ao maior endividamento, o clube obteve uma das maiores receitas de sua história. Segundo o balanço, foram pouco mais de R$ 138,8 milhões, que levaram o clube a um superávit de R$ 43,2 milhões. No ano anterior, o Atlético registrou deficit de quase R$ 6,5 milhões.
A variação tem um peso determinante da Arena da Baixada, que impulsionou o crescimento da receita com sócios: de R$ 10,4 milhões para R$ 25 milhões. Da mesma maneira, o estádio é a chave para o clube quitar a dívida.
“É um baita patrimônio, mas que precisa ser melhor explorado. As receitas provenientes da Arena estão bem abaixo do que deveriam”, explicou Somoggi. Opinião quantificada pelo balanço.
A nova formatação do estádio fez aumentar o patrimônio imobilizado do clube (terrenos do CT do Caju e Arena da Baixada) saltou de R$ 363,6 milhões para quase R$ 520 milhões. Pelos cálculos do presidente Mario Celso Petraglia, o complexo pronto chegará perto de R$ 1 bilhão.
Segundo o consultor, para manter as contas equilibradas o Atlético precisa trazer mais dinheiro por intermédio de seu estádio. A receita ao final de 2015 precisaria aumentar em pelo menos dez vezes para tornar a Arena da Baixada economicamente viável.
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