Em seus mais de 10 anos na Europa, o ciclista paranaense Luciano Pagliarini sempre teve março como um mês de muitas provas e competições. De fato, o calendário não mudou em 2009, mas sim a rotina do atleta de 31 anos. Ele esperava estar pedalando pela sua nova equipe nesta temporada, a francesa TelTech-H2O, porém a falta de uma autorização para o time fez com que Pagliarini tivesse de repensar o futuro. E nenhum caminho está descartado.
A União Internacional de Ciclismo (UCI) negou a concessão da licença para que a TelTech-H2O pudesse integrar o calendário europeu de ciclismo. Sem o aval da entidade, a equipe recém-criada se viu envolta em um grande problema, e muitos dos 30 ciclistas contratados para a temporada já deixaram o time. Luciano Pagliarini é um dos que permaneceram e que acreditam que uma série de reuniões nesta semana, na França, podem fazer com que a equipe possa participar do calendário.
"A equipe tem um potencial enorme, então foi uma coisa bem chata esta que aconteceu. Fechei com eles em outubro, eles contrataram atletas, toda uma equipe para a parte de apoio, graças a este patrocinador grande, e tudo foi uma questão política lá na UCI. Eles não falaram o motivo para não conceder a licença. O nosso plano B depende de uma união com outra equipe que tenha a licença, para que assim possamos correr. Os dirigentes estão trabalhando nisso", declarou Pagliariani, diretamente da sua casa em Treviso, na Itália, à Gazeta do Povo Online.
O impasse envolvendo o seu futuro trouxe uma grande angustia ao ciclista, que chegou a falar em aposentadoria no ano passado, após os Jogos Olímpicos de Pequim. Contudo, os planos de parar perderam força e o paranaense acredita até em um novo ciclo olímpico, visualizando as Olimpíadas de Londres, em 2012. Todavia, todos os seus próximos passos passam por um definição de onde e como vai competir neste ano na Europa.
"Estou angustiado e preocupado neste momento, é um assunto delicado, ainda mais quanto trata de dinheiro. Não temos nada definido, mas para mim ficou difícil, porque eu tinha outras opções no ano passado, mas escolhi este projeto porque era o melhor. Agora estamos em março, todas as equipes estão fechadas, já estão correndo, e eu estou esperando, perdendo várias provas. Mas estou otimista que vamos conseguir um acerto para conseguir correr", ponderou.
Paciente, ciclista espera final feliz junto à família
Forte nos sprints finais, Luciano Pagliarini assegura que, apesar de delicado, o momento requer muita paciência e crença de que os seus planos não serão totalmente alterados. Pensar em outras saídas, só se vier a confirmação de que a TelTech-H2O está mesmo fora em definitivo da temporada, algo que o paranaense prefere nem cogitar.
"Estou esperando, e como sou um sprintista, vou acreditar até o final. Não estou avaliando o que pode acontecer se não der certo, até porque correr em outro time pode significar aceitar determinadas condições desfavoráveis. Neste caso eu teria até de reavaliar se vale a pena continuar correndo de bicicleta, mas estamos otimistas. Já perdi algumas das 35 provas do ano, porém tenho muitos projetos pedalando ou fora do esporte, por isso prefiro aguardar antes de pensar em qualquer outra coisa".
O único fator positivo nesta parada forçada é que Pagliarini trocou o esmero dos treinos pela dedicação familiar, ao lado da esposa Julia.
"Continuo treinando, sem perder contato com a vida de atleta, mas estou aproveitando mais o tempo para ficar com a minha filha (Aurora), levando uma vida mais light, exercendo bem o meu papel de pai", finalizou o ciclista.
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