Curitiba - Como não poderia deixar de ser, Santa Felicidade será o principal reduto da torcida italiana no Paraná. Numa das inúmeras cantinas do bairro gastrônico, um grupo de 30 amigos italianos e descendentes se reunirá para empurrar a equipe de Buffon e Totti.

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O administrador de empresas Cezar Augusto Culpi, 36 anos, é o responsável pela organização. No peito, a camisa azzurra. À mesa, muito salame, queijo e vinho. Nos ouvidos, a tarantela, embalada por um gaiteiro. Tudo como requer qualquer festa italiana. "Em ano de Copa, a fiama dell’italinitá (chama da italianidade) cresce na comunidade", afirma.

Apesar das raízes, todos os amigos torcem primeiro para o Brasil, depois para a Itália. Menos Giuseppe Macchioni, 79 anos (54 de Brasil). O motivo é bem simples: seu Giuseppe é italiano nato, nascido na capital, "um mês depois da fundação da Roma", faz questão de ressaltar, referindo-se ao clube de coração – no Brasil, é Internacional. E como não poderia deixar de ser, o ídolo de seu Giuseppe no futebol é Falcão, considerado o Rei de Roma – o meia teve passagem vitoriosa pelo clube no começo da década de 80.

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Sobre a equipe italiana, Pedrinho Culpi, 66 anos, funcionário público aposentado e que comanda um programa sobre italianidade na Rádio Colombo, alerta que o quadro hoje está muito parecido com a da Copa de 82, ano do tri da Azzurra. "Há um escândalo no futebol italiano, o Brasil é favorito e ninguém fala da Itália, igual a 82", afirma ele, que também torce primeiro para o Brasil e cujo coração tem três times – Iguaçu, equipe do bairro que rivaliza com o Trieste, Coritiba e Juventus – atual campeã italiana.

O amigo Gerson Luiz Miola, comerciante de 42 anos, vai na mesma onda. "O Buffon (eleito o melhor goleiro do mundo) está na mesma situação que Paolo Rossi em 82, acusado de irregularidades", aponta. Sobre o time, afirma que a Itália está preparada. "A safra de jogadores é muito boa. A Itália nunca esteve tão bem", alerta.