Rio Os oito meses de esforço, privações e saudades da família apagaram-se da memória dos participantes do Brasil 1. É só falar da possibilidade de uma nova empreitada na Volvo Ocean Race para os olhos brilharem. Nenhum dos cinco velejadores brasileiros consultados pela Gazeta do Povo exitaria em dar mais uma volta ao mundo na próxima edição, com largada em novembro de 2008.
Há, entretanto, uma condição. Encarar o desafio com os mesmos amigos. "Nossa equipe era maravilhosa, isso ajudou muito", avaliou o comandante brasileiro Torben Grael. "Não sei se aceitaria se fosse numa equipe de estrangeiros, porque soubemos de brigas e rachas em outros barcos. Nós éramos como uma família", completou André Fonseca, o Bochecha, e caçula do Brasil 1.
O time também enfrentou alguns problemas e dispensou a navegadora australiana Adriane Callahan após a primeira perna entre Espanha e África do Sul.
Nem João (Joca) Signorini, que fraturou duas costelas na colisão da embarcação com uma baleia durante a travessia Brasil-Europa, antes mesmo da largada, recusaria um novo convite. "Eu tinha um certo receio antes, porque era o único que nunca tinha velejado com o Torben. No final foi um orgulho para mim. Você cresce muito", contou.
"Aprende a dar valor a pequenas coisas", disse Marcelo Ferreira, o Playboy. O apelido traduz o jeitão do velejador boa praça, que sofreu muito com a falta da família e dos confortos da vida, mas hoje está empolgado para voltar ao mar.
Alan Adler, principal idealizador do projeto reconhece a possibilidade de repetir a façanha.
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