Estará nas mãos dos sócios do Coritiba, na primeira quinzena de fevereiro, a chance de mudar o estatuto do clube e provocar uma revolução nas práticas administrativas adotadas atualmente. Em reunião do Conselho Deliberativo foi formatado o texto final do projeto de reforma estatutária que contempla, entre outras mudanças, aquela que talvez seja a mais esperada pelos torcedores: a eleição direta para presidente dos conselhos.
Já a partir do pleito de 2011 todos os sócios com no mínimo um ano de contribuição poderão escolher quais serão os presidentes dos conselhos Deliberativo, Fiscal e Administrativo o popular G9. Na verdade, ex-G9, que com as novas regras passará a ter apenas cinco integrantes e mandato de três anos (prorrogáveis por mais três).
Para o presidente do atual conselho, Omar Akel, o texto final representa uma vitória para o clube em transparência e participação dos sócios. "Acreditamos que com isso vamos ter uma gestão do clube mais transparente, mais eficiente e moderna", disse.
Agora, ser votado tornou-se ainda mais complicado. Para concorrer a qualquer um dos cargos de conselheiro, o sócio precisará ter ao menos 48 meses de vínculo. "Outra mudança é no número de conselheiros para o Deliberativo. Agora serão 160, ou seja, 40 a mais que atualmente. Assim aumentamos a participação do torcedor", disse Akel.
Além das eleições diretas, o novo modelo apresenta o princípio da proporcionalidade. "Este prevê que sejam eleitos conselheiros em todas as chapas que disputarem o pleito. Hoje a decisão era majoritária, ou seja, só a chapa vencedora elegia. Agora se tivermos três chapas: uma com 50% dos votos, a outra com 30% e a terceira com 20%, será respeitada essa proporção na hora da distribuição das cadeiras", explicou.
De acordo com o novo documento, a disputa eleitoral será antecipada. Para não atrapalhar o planejamento do ano anterior e nem ser realizada no calor de uma decisão de Brasileirão (hoje a eleição acontece no começo de dezembro e a posse no início de janeiro), o pleito será realizado no começo de novembro e a posse, consequentemente, acontecerá nos primeiros dias de dezembro.
Além disso, a nova carta magna alviverde prevê que os eleitos passam a ter obrigatoriamente de responder administrativamente pelos atos à frente do clube. "Dirigentes que tiverem atitudes que comprometam as finanças ou gestão do clube passam a responder pelo prejuízo causado. Podem ter seus direitos suspensos, ser impedidos de disputar eleições ou até excluídos do clube", finalizou Akel.
Ontem, o vice-presidente Vilson Ribeiro revelou que há a expectativa de que a CBF aceite um pedido antigo do clube de ser considerado campeão brasileiro por causa do título do Torneio do Povo de 1973. Isso porque a entidade deve reconhecer em breve títulos de várias equipes entre 1959 e 1970.
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