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A campanha do Novo Mundo na Copa do Brasil de Futebol Feminino termina oficialmente hoje. Eliminado no dia 19 com uma derrota por 7 a 0 para o Santos, na Vila Belmiro, o elenco reúne-se esta noite, na sede do clube, para uma confraternização. Será paga a premiação pela chegada às quartas de final e, a partir de amanhã, to­­das as jogadoras estarão em fé­­rias. Data para voltar? Nin­­guém sabe. Ou melhor, ninguém sabe se haverá uma volta no ano que vem.

A partida no litoral paulista pode ter sido a última da equipe alvirrubra. Montado no início do ano para um calendário que, esperava-se, teria Campeonato Paranaense, Metropolitano e Copa do Brasil, o time foi surpreendido com o cancelamento das competições locais. A disputa nacional colocou o time na vitrine, com vitórias sobre Pelotas e Atlético-MG, além do confronto com as Sereias, mas aumentou o custo de uma estrutura já usualmente deficitária. Para o ano que vem, sem calendário garantido não tem equipe.

"Parece que tem novidade depois do Carnaval, vamos ver. Vi que Campo Largo fez um campeonato com cinco, seis equipes. Se uma cidade pode fazer, porque a Federação não pode? Só de Copa do Brasil a gente não pode viver", afirma o presidente do clube, Moacir Ribas, o Mazza.

Por enquanto, o que mais se aproxima de um calendário são dois faxes sobre a mesa do dirigente, com convites para excursão. Ao Marrocos, em março, e aos Estados Unidos, entre ju­­nho e julho, para enfrentar equipes universitárias de cinco estados.

A incerteza estende-se às atle­­tas, divididas entre a esperança por um ano melhor e a sa­­­­turação com a repetição de promessas. No primeiro grupo está a volante Vantressa, destaque no torneio nacional.

"Parece que surgiram patrocinadores interessados, o time deixou boa impressão. A perspectiva é boa. O Novo Mundo é referência no futebol feminino e seria uma pena se esse trabalho morresse", afirma.

Na outra ala está a experiente capitã Marina, 15 anos de futebol. Tempo suficiente para saber da longa distância entre as promessas após boas performances em campo e o desenvolvimento da modalidade.

"Sempre ouço as mesmas pro­messas e estou cansada. Só fui ganhar dinheiro passando qua­tro anos no exterior. Nunca ganhei dinheiro jogando no Bra­­sil. Hoje o Novo Mundo me pa­ga, mas ano que vem não sei se ainda terei isso", soltou ela, que coordena as escolinhas e o time sub-17 do Alvirrubro, tam­­­bém ameaçados de extinção.

Na hipótese de seguir, o No­­vo Mundo deve ter como base essa equipe sub-17.

"Apenas duas ou três da equipe atual vão ficar. Vou falar para elas amanhã (hoje)", revelou Mazza, irritado com um episódio na viagem para en­­­frentar o Atlético-MG em Belo Horizonte. "Cinco atletas me pu­­­­seram na parede porque que­­riam jogar futsal em Fran­­cisco Beltrão. Precisei pagar para elas irem direto de lá para Minas."

Segundo o presidente da Federação Paranaense de Fute­­bol, Hélio Cury, há estudos para a reativação do calendário feminino em 2010. "Criou-se um clima bom pela campanha do Novo Mundo, há interesse. Mas é preciso patrocínio", diz.

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