Desde terça-feira(20), o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) tem novo presidente: Peterson Morosko. O auditor da Sanepar é o mais novo a ocupar o cargo. Aos 34 anos, ele venceu por quatro votos a dois Paulo César Grandella, vice na gestão anterior de Ivan Bonilha.

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Apesar de concorrer contra o ex-presidente, Morosko não se considera chapa de oposição, mas planeja mudanças na gestão que terá nos próximos dois anos. "Na verdade eu não sou de oposição, mas sempre no intuito de melhorar. Porque toda a gestão pode ser melhorada", acredita o novo presidente do TJD, que terá como vice Otacílio Sacerdote Filho.

Agilidade nos processos é a preocupação número um do novo comando do TJD. Morosko garante que a Federação Paranaense de Futebol, presidida por Hélio Cury, não terá interferência nas decisões do Tribunal. "O Tribunal é um colegiado. Por mais que a Federação tenha interferência em um ou dois, nunca vai ter nos nove", avisa Morosko.

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Bonilha era fortemente ligado à FPF. "Eles (Tribunal) têm autonomia para isso, eles fizeram uma disputa. Eles são independentes, tem de ser independentes e a intenção de todos é trabalhar em conjunto pelo futebol do Paraná qualquer que seja o resultado", garante o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, em entrevista à Gazeta do Povo,

O dirigente se diz indiferente com escolha, no entanto, Morosko foi indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para integrar o Pleno como forma de mostrar a isenção do Tribunal, muito questionada nos anos passados por causa de relação estreita com a FPF.

Confira trechos da entrevista de Peterson Morosko à Gazeta do Povo.

Gazeta do Povo: O que precisa melhorar com mais urgência?

Morosko: A primeira coisa houve algumas alterações do código e isso muda o sistema de julgar, mas o nosso objetivo é buscar um sistema que melhore a informatização da secretaria do Tribunal para que permita uma maior agilidade dos processos. A idéia é que todas as partes envolvidas no processo tenham como saber está um processo pela internet.

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Gazeta do Povo: O Sr já tem ideia do custo desse sistema?

Morosko: Não. Ainda estamos analisando. E precisamos saber se realmente vai funcionar na prática. Ainda precisamos fazer estudos para viabilizá-lo. Não podemos gastar dinheiro com algo que não funcione. (A Federação Paranaense de Futebol é responsável pela parte financeira do TJD-PR). Demora no mínino seis meses para a implantação isso se projeto for aprovado.

Gazeta do Povo : A relação da Federação com o Tribunal é muito questionada. Isso vai continuar na sua gestão?

Morosko: Eu concorri numa eleição dentro da Ordem (dos Advogados do Brasil), então teve indicação de atleta, de procurador. Alguns são indicados por isso. Neste caso, a pessoa tem até um vínculo maior. Eu acho que a renovação é sempre salutar em todas as instâncias, mas, claro, sempre tendo um grau de zelo. Por exemplo, acredito que o meu nome foi solicitado por algum dos integrantes para haver essa renovação, mas sem esquecer da experiência. Em já estou cinco anos como procurador e ainda mais dois anos no Pleno. Os anos anteriores tiveram mais complicações. Nos último dois anos não foi ruim. Tanto que o TJD passou quase desapercebido, se não fosse aquele caso do artigo 9º do mando de campo da segunda fase do Paranaense. Na verdade, aquilo foi um problema da Federação com os clubes que depois tentaram imputar ao TJD encontrar a solução. Mas foi desacerto entre os próprios clubes. Quem assina o regulamento e o arbitral são os próprios clubes. Eles deveriam ter chegado a um consenso a uma melhor redação na época. Mas no passado teve o Caso Bruxo ( compra de arbitragem em jogos do Paranaense), mas isso era em outra gestão da Federação também (mais de 20 anos de mandato de Onaireves Moura).

Gazeta do Povo: Então o TJD tem sua independência garantida?

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Morosko: Existe, até porque se pegar até decisões do Tribunal, têm decisões favoráveis e contra a Federação. Isso teve em várias situações, mostrando isenção e independência do Tribunal. Até porque o Tribunal é um colegiado. Por mais que a Federação tenha interferência em um ou dois, nunca vai ter nos nove.

Nota do redator: O artigo 9º vigorou em duas edições do Campeonato Paranaense da Primeira Divisão. Sem ler, FPF e clubes aprovaram em 2008 um regulamento estranho: no octogonal final da segunda fase a equipe mais bem colocada na primeira fase jogaria sete partidas dentro da sua casa.

O Campeonato Paranaense Juvenil deste ano foi motivo de imbróglio jurídico envolvendo Federação Paranaense de Futebol e o Clube Atlético Nacional.

A confusão começou em janeiro, quando o presidente da FPF determinou uma mudança no regulamento da competição. Ficou estabelecida uma divisão: equipes com categoria profissional disputariam o Estadual, enquanto que equipes amadoras, sem time profissional, disputariam uma competição à parte. O Nacional queria a vaga entre os consirados grandes.

O clube tentou impedir a divisão do campeonato, ingressando com uma ação na esfera desportiva. Sem sucesso, o clube pediu direito adquirido na Justiça Comum e conseguiu, enfim, impedir o início do campeonato no formato idealizado pela FPF.

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Em menos de um ano, esse pode ser o segundo Campeonato Estadual paralisado. Em 2009, também por causa de ação do Clube Atlético Nacional, a categoria Infantil ficou sem campeão.

A equipe de Cûnico Bach reclamou na Justiça que jogadores do PSTC eram "gatos" (estariam acima da idade limite para participar do Paranaense Infantil). A última rodada do quadrangular decisivo, prevista para outubro do ano passado, não saiu. Laranja Mecânica x PSTC e Coritiba x Atlético não se enfrentaram, o campeonato não terminou e a ação continua correndo na Justiça Comum.