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"Não dá para ver tudo", diz presidente da FPF

A administração da Federação Paranaense de Futebol só parou de repassar os 5% das rendas da Copa Paraná para a conta da Comfiar na semana passada. De acordo a entidade, os depósitos continuaram sendo feitos "por engano" por seus representantes.

"Também não dá para ver tudo", defende-se o presidente em exercício da FPF, Aluízio Ferreira.

Segundo ele, o pedido para que o recolhimento fosse extinto data de dois meses atrás. "Estavam tirando sem a nossa autorização", completa.

Dessa forma, a entidade não fica com nenhum centavo das rendas de qualquer jogo realizado no estado. Todo o dinheiro é destinado às penhoras para pagar seus credores.

Nos próximos dias a FPF deve entrar com um pedido na Justiça para tentar uma redução no porcentual destinado às penhoras. Enquanto isso, vive do dinheiro relativo a transferência e registro de atletas.

"Temos sobrevivido com o dinheiro dessas taxas. É um dinheiro que nem chega nas contas, cai no caixa e já é gasto", conta Ferreira.

Agora, a preocupação é com o pagamento de salários do mês de dezembro e do 13.º. Atualmente o gasto mensal da entidade é de aproximadamente R$ 45 mil. Na gestão Moura chegava a R$ 80 mil. Só de telefone a conta foi reduzida R$ 12 mil para cerca de R$ 2 mil. (MR)

Em meio a novas provas, o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) corre contra o tempo para encerrar o inquérito policial que deverá ser entregue ao Ministério Público até amanhã. Ontem, foi descoberta mais uma conta laranja que seria de Onaireves Moura. Dessa vez, em Santa Catarina. Além disso, o Nurce terá de fazer mais uma diligência a São Paulo, onde verificará outra documentação relativa à operação "Cartão Vermelho", e ainda concluir a investigação que está sendo feita em Brasília – onde esteve ontem o delegado chefe do Núcleo, Sérgio Sirino.

Tudo isso hoje. Amanhã vence o prazo para que o caso seja repassado ao Ministério Público, que é quem decidirá se será feita a denúncia à Justiça e tem poder para pedir a prisão preventiva de Moura e dois outros oito envolvidos no caso.

"Teremos de fazer um relatório bem explicativo, concentrando todas as provas para o MP. É um assunto complexo", afirma o delegado Robson Barreto, encarregado do caso.

Na quinta-feira, vence a prisão temporária dos acusados, que começou a na terça-feira passada e foi prorrogada por mais cinco dias – prazo máximo previsto pela legislação brasileira. A partir daí, para manter a suposta quadrilha no Centro de Triagem de Piraquara, só com a prisão preventiva. "Tudo leva a isso (a prisão preventiva)", afirma Barreto.

A investigação, contudo, não deverá parar aí. O próximo passo do Núcleo será pedir a quebra de sigilo bancário de todos os envolvidos, a começar por Moura.

O pedido ainda não aconteceu porque a Polícia ainda não conseguiu determinar quais seriam os períodos a que necessitaria ter acesso a cada uma das contas. Outro motivo é a demora do Banco Central em liberar as informações após a autorização judicial, o que, inevitavelmente, iria estourar o prazo de dez dias da polícia.

"Isso demora muito, então nos atemos primeiro aos documentos", explica Barreto.

Hoje deverá ser feita uma perícia na documentação do Comissão de Construção de Estádios do Paraná (Cocep). A empresa também teria sido utilizada por Moura para desviar verbas sob a alegação de que estaria evitando a penhora do dinheiro da Federação Paranaense de Futebol. A utilização da conta da empresa, que foi criada em 2003, ocorreu dois anos depois de sua fundação. Até então, a Cocep era utilizada para pagar as dívidas da FPF adquiridas com a reforma do Pinheirão.

Até a entrega do inquérito também não devem ser tomados novos depoimentos.

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