Repetiu-se a história do primeiro turno: venceu o melhor. Na ocasião anterior o Coritiba estava redondinho, invicto, disputando liderança do campeonato e superou as dificuldades do clássico para conseguir o melhor resultado. Ontem, na Vila Capanema, foi a vez do Atlético firmar posição, fazendo valer sua melhor campanha para vencer a partida e chegar à terceira colocação no Campeonato Brasileiro.

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O jogo não foi um primor de técnica, como de resto não são os grandes clássicos. Como o emocional toma conta de todos, da arquibancada ao gramado, atropela as jogadas bem construídas, o consciente toque de bola, o drible objetivo, substituídos por muita jogada dividida, muita raça e, conforme o momento, um salve-se quem puder para qualquer lado.

Embora tivesse mais recursos técnicos – e a ausência de Alex, no Coritiba, contribuiu em muito para isso –, o Atlético não conseguiu fazer a diferença na bola rolando. Tanto que permitiu ao Coxa o primeiro gol, na cobrança de pênalti (que foi) de Julio César. Mas até ali, a rigor, nada tinha acontecido ainda de aproveitável no jogo e a vantagem no placar permitiu aos alviverdes, por alguns momentos, o domínio da partida. Estéril, é verdade, sem mais chances, sem mais nada.

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E aí veio o peso do craque, pois, se Alex fazia falta do outro lado, Paulo Baier estava em campo pelos rubro-negros. Não jogava bem, errava mais passes do que o costumeiro, mas numa bola espirrada na área por Marcelo (sempre ele), estava no lugar certo para tocar de canela e empatar a partida. E dali alguns minutos para cobrar falta com perfeição e virar o marcador, consolidando o triunfo atleticano já no primeiro tempo.

Isso, claro, nós todos viemos saber depois, quando soou o apito final. Porque ainda havia todo um tempo pela frente, aí com o Atlético já tomando a iniciativa e tentando consolidar um resultado seguro. Forçando em cima do fraco Escudero, mais uma vez improvisado na lateral esquerda coxa. O argentino levou um cartão amarelo e quando o técnico pensou em substituí-lo, não foi rápido o suficiente, pois, desengonçado, logo provocou outro amarelo e a consequente expulsão.

Foi um clássico com todos os ingredientes indispensáveis e a emoção talvez tenha sido o principal deles. Na defesa de reflexo de Weverton no arremate à queima-roupa de Bill (se tocasse de primeira não teria tido melhor chance de marcar?) ou na elasticidade de Vanderlei para impedir o gol de Marcelo, instantes depois.

Aliviada, a torcida do Atlético continua pensando alto, embora o time não tenha feito uma exibição primorosa. Aborrecida, a torcida do Coritiba pelo menos desta vez percebeu que a equipe já não foi a mesma, indolente, de partidas anteriores.

E o Atletiba registrou mais um clássico em sua história.

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