Rio – Por onde passa, a Volvo Ocean Race tem atraído apaixonados por vela e curiosos pela regata que está dando a volta no planeta. Porém, além da atenção provocada pelo esporte em si, a competição tem despertado o interesse de muitas pessoas que não fazem idéia de como se dão os nós, quais os tipos de cascos, não possuem televisão à cabo para acompanhar as provas e, na maioria, jamais pisaram num barco. Mas mesmo assim se vêem envolvidas com o evento, graças aos trabalhos de solidariedade e divulgação promovidos pelas equipes.

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E tem sido assim desde a largada da prova, em Vigo, na Espanha, com destaque para a passagem pela África do Sul, na disputa da primeira perna. No Brasil desde o dia 11 de março, tem sido comum ver o pavilhão montado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, recheado de crianças, geralmente de comunidades carentes. Acompanhadas dos competidores, aprendem como funciona a prova e como é a vida e o trabalho nas embarcações que têm percorrido os mares do mundo.

No domingo, alunos de escolas públicas foram levadas pela ONG Centro Comunitário Márcio Gonçalves Vieira-Sem Fronteira, localizada em Belford Roxo, e realizaram uma gincana e uma mini-entrevista coletiva no estande da equipe ABN. A oportunidade de inseri-las num ambiente diferente do que estão acostumadas foi comemorada pela presidente da organização. "Essa troca é muito importante. Foi uma oportunidade muito boa para nós", disse Cléia Figueiredo de Souza.

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Da parte dos atletas, a programação social também é bem-vinda. "É interessante ver que nossos problemas, que achamos tão grandes, no final do dia percebemos que é apenas esporte. Por isso é ótimo ver o sorriso dessas crianças, e saber que ajudamos de alguma maneira", revelou Mike Sanderson, comandante do veleiro ABN 1, líder competição.

O mesmo tem feito o Brasil 1. Na passagem por Portugal, em Cascais, pouco antes da largada da Volvo, seus tripulantes velejaram com crianças de um programa de incentivo à novos talentos. Já na África do Sul, foi a vez de participar de uma reunião com o grupo do projeto Shosholoza, que visa à inclusão social através da vela.

O jornalista viaja a convite do ABN e Brasil 1.