Weggis, Suíça – Os croatas, adversários do Brasil na estréia da Copa do Mundo (dia 13/6, em Berlim), sempre estiveram muito próximos da seleção no período de preparação em Weggis.

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Durante os dez treinamentos dos pentacampeões no Estádio Thermoplan, a camisa quadriculada em vermelho e branco não passou despercebida na arquibancada. Inúmeros torcedores da equipe européia pagaram ingresso para "secar" o rival.

"Vamos vencer por 1 a 0, com gol de Prso", avisa Drmic Slavko, natural de Split, mas há alguns anos na cidade suíça de Küssnacht. "Os brasileiros são bons, mas não imbatíveis", completa ele, uniformizado e até com um chapéu fazendo referência à bandeira do seu país.

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Após o desmantelamento da ex-Iuguslávia, em 1991, a Suíça (país de asilo) se tornou o destino preferencial da população oriunda do Bálcãs. A invasão foi tanta que hoje a língua sérvio-croata é mais falada no país do que o italiano e o romanche, espécie de dialeto latim-germânico.

Os números comprovam a preferência. Estima-se que há 370 mil pessoas vindas da antiga área de conflito. Deste total, 12% são croatas e 36% vêem de Kosovo (a maioria). Nos últimos três anos, um terço dos pedidos de naturalização parte dessa gente – atualmente o principal alvo de discriminação entre os suíços.

Sem grandes perspectivas em solo helvético, os estrangeiros ocupam trabalhos secundários na construção civil, hotelaria, comércio e agricultura. Também ganham destaque nas estatísticas de criminalidade.

Sempre com o traje colorido do seu time nacional, eles só pa-recem readquirir a auto-estima quando visitam o oponente brasileiro. Sorridentes, só falam em triunfo – tristezas ficam de lado.

"Ganharemos de 3 a 1 dos brasileiros, pode escrever. Acredito muito em jogadores como Klasnic, Balaban e Prso", disse Engjull Matijevic, uniformizado. "Nossa vida é dura por aqui, porém fazemos a diversão da nossa forma – indo sempre, por exemplo, às discotecas", emenda o irmão Renato Matijevic. Ambos trabalham como assistente de escritório.

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Na via inversa dos "espiões", o lateral-esquerdo Gilberto fez questão de dar algumas dicas sobre o primeiro adversário no Mundial. Ele joga ao lado do zagueiro Simunic e do meia-atacante Kovac no Hertha Berlim. "Já passei tudo para a comissão técnica. Eles são bons atletas. Sei como eles jogam", comentou.