São Paulo (AE) Justiça: o melhor piloto do campeonato conquistou o título mundial da Fórmula 1. Fernando Alonso, da Renault, mesmo sem dispor do carro mais rápido da temporada, obteve, ontem, em Interlagos, por conta de seu grande talento e surpreendente maturidade, o merecido título de "campeão mais jovem da história", aos 24 anos. Juan Pablo Montoya, da McLaren, venceu o pouco emocionante 34.º GP do Brasil e seu companheiro, Kimi Raikkonen, terminou em segundo lugar. Para Alonso, bastou a terceira posição.
"Não tive ajuda de ninguém na minha carreira. Dedico essa conquista à minha família e a três ou quatro pessoas, não mais, infelizmente", disse.
Alonso queria ganhar a corrida. Provar para muita gente que o critica que é capaz, sim, de vencer e não apenas correr com o regulamento embaixo do braço, como o acusa parte da imprensa inglesa. "Achei que poderia vencer, mas depois do primeiro pit stop ficou claro que não dava para acompanhar o ritmo de Montoya", contou.
A vitória de Alonso no campeonato interrompe a série
impressionante de cinco títulos seguidos de Michael Schumacher e da Ferrari. "Sinto uma alegria extra em superar Schumacher. Acredito que todos os pilotos têm vontade de batê-lo, como é o caso de ganhar de Lance Armstrong na Volta da França (o ciclista norte-americano é heptacampeão da prova)", comparou.
Mas, diferentemente do que já dizem na Fórmula 1, o piloto espanhol não acha que o fim da era Schumacher coincida com o início da era Alonso. "Todo ano tem sua história, este foi o meu. O próximo pode ser de Kimi."
Conquistar o título sem dispor do conjunto mais veloz exigiria maturidade do piloto, que, curiosamente, é um dos mais jovens. "Sinto-me orgulhoso disso. Sempre fui campeão antes de ingressar na Fórmula 1 e quando cheguei aqui comecei pela Minardi, foi bem difícil. No ano seguinte, não havia lugar para mim na Renault e colocaram-me como piloto de testes, outro drama, apesar do aprendizado."
Lembrou que sua vida sempre esteve ligada ao que mais gosta: pilotar. "Minha primeira corrida foi aos 3 anos, quer dizer que tenho 21 anos de experiência nas pistas, não sou tão jovem assim como piloto (risos)."
Seu principal objetivo foi atingido: ser campeão. E agora? "Ainda não tomei consciência da minha conquista, quem sabe daqui a dois ou três dias."
Segundo ele, a primeira impressão de que seria mesmo campeão surgiu no GP da Alemanha (12.ª etapa, no dia 24 de julho): "Depois da prova de Hockenheim, em que a diferença para Kimi atingiu 36 pontos, compreendi que daria para administrar minha vantagem."
Até a prova de Barcelona, seu Renault R25 era o melhor carro da competição. A partir daí, a McLaren passou a dominar o Mundial. "Seria impossível vencer sem os problemas que eles tiveram", reconheceu Alonso.
Mas ele só sentiu-se campeão quando cruzou a linha de chegada, ao fim das 71 voltas do GP do Brasil. "Dirigi as últimas voltas procurando ouvir cada ruído do carro. Pilotei com cuidado extremo, lembrei-me do que aconteceu com Montoya na Turquia, ao ultrapassar Tiago Monteiro, retardatário (os dois bateram)" falou. "Não posso contar o que disse no rádio ao receber a bandeirada."
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